Documentário em curta metragem mostra depoimentos de homossexuais

Não gosto dos meninos

Não gosto dos meninos

Saiu o curta metragem brasileiro “Não gosto dos meninos“, de André Matarazzo and Gustavo Ferri inspirado na iniciativa internacional It Gets Better. O filme tem 18 minutos, resultado de 12 horas de depoimentos de 40 voluntários. No vídeo, gays, lésbicas e transexuais dividem suas histórias de vida com o espectador, contam a discriminação que sofreram e como superaram as barreiras do preconceito.

Penso que é um documentário tocante, sem ser piegas ou apelativo… e engrosso o coro dos que acham que seria um material muito adequado para projetos anti-homofobia, inclusive nas escolas.

Confira abaixo o filme completo em HD:

Mostramos quem éramos, o que sentíamos, o que passamos e o que nos tornamos. Nos tornamos gays, bis, trans, ou qualquer outra sigla que tenta definir o que não precisa definição.
Expusemos nosso processo de auto-reconhecimento, de medo, de rechaço, de mudança, de ostracismo, de reencontros, de maturação e enfim de renascimento.
Hoje, sem exceção, somos todos infinitamente mais felizes, abertos e seguros. Eis nossas histórias – histórias que gostaríamos de ter visto antes.



Sobre Tanko

Tanko é ilustradora e arte-finalista, viciada em podcast e café. Fujoshi, otaku, nerd e esquisitona. Vive nas montanhas chuvosas imperiais. Ver todos os tópicos de Tanko

13 Comentários a Não gosto dos meninos

  1. Olá!

    Assisti esse curta há alguns dias e achei maravilhoso. Não possui efeitos especiais, cenas de sexo, ou uma história. Mas sim várias histórias, de várias pessoas reais. Finalmente algo que expôs de maneira crua e direta o que muitos precisam ouvir. Vale à pena assistir!
    E parabéns Blyme e Tanko por divulgar este trabalho. Um empurrãozinho a mais é sempre necessário. 🙂

    Bjooo’s

    • tanko

      Eu sou fã da iniciativa "It Gets Better", acho que é uma mensagem de otimismo muito importante… e, principalmente, mostra que os gays e trans são apenas pessoas que têm o direito a serem respeitados e felizes. Imagino que o projeto potencialmente salva vidas… e que a versão brasileira é ótima para aproximar estas histórias de nós. ^^

      Fico feliz que tenha gostado de ver o vídeo aqui, se quiser dar outras sugestões, nossa caixa de emails está aberta.

  2. Zena

    Mutio bom esse vídeo, parabéns ao quem fez.. Realmente algumas pessoas não aceitam isso de maneira alguma, sabe.. Na minha escola teve um caso de lésbicas e todo mundo ficou impressionado ficou fofocando, mas não ficaram xingando por que é uma coisa.. meio que rara de acontecer isso.. Mas se isso acontecesse com dois meninos, o pessoal ficaria chamando de viado e essas coisas, mas sei que é uma zueira deles mas isso só faz pesar na conciência dos dois sujeitos =/ Eu nunca fiquei com alguém e só quero ficar uma vez na vida, se não uma, duas, por que vou fazer a escolha correta, e até agora pelo que eu saiba eu sou hetera, mas não se sabe se meu gosto pode mudar um dia, na faculdade talvez, hoje em dia eu sinto prazer em olhar em HOMEM que gosto e não em mulher, tenho bastante amigas mas não as olho como um prazer sexual.

    • tanko

      Pois é, infelizmente nem tudo são flores… até hoje tem gente que acredita em absurdos como o "estupro corretivo" para curar lésbicas e outras atrocidades.

      É como um rapaz diz no vídeo, desde pequenos ouvimos que ser gay é a pior coisa do mundo e motivo de chacota. Não é para ser assim!

      Assim como o machismo, a homofobia afeta até quem não é homossexual. Lembro até hoje o caso de duas amigas que eram muito coladas e que levaram o maior sermão dos coordenadores da escola porque acharam que eram lésbicas. Oras, mesmo que fossem, eu duvido muitíssimo que estivessem se beijando ou agarrando nos corredores, pois a escola era muito severa (não gostavam nem que nos deitássemos nos bancos). E, por fim, se fossem lésbicas, por que mereceriam um sermão?

      Eu me considero hetero, respeitando aí a porcentagem de homossexualidade que dizem que todos têm. Não sinto necessidade de sair com uma garota para me certificar da minha heterossexualidade, mas gostaria que todos pudessem se relacionar da forma (consensual) que julgassem melhor sem precisar comer o pão que o diabo amassou por causa disso.

      • subversiveopendiscourse

        Vale lembrar que estupro corretivo é uma prática muito corriqueira na África do Sul (onde existem gangues de estupradores, pasmem (ou enojem-se)), e isso porque a África do Sul é um pais MAIS avançado que o Brasil em termos de direitos LGBT. Daí a importância do movimento feminista ser articulado com o LGBT, pois lésbicas estão 2x mais em uma situação vulnerável.

        • tanko

          Nossa, eu fiquei chocada vendo documentários sobre a situação em Uganda, onde os homens gays são frequentemente espancados ou mortos e as mulheres sofrem "estupros corretivos". É difícil acreditar que neste país por pouco não passou a pena de morte para homossexuais… e uns pastores tresloucados botando fogo na fogueira.

          Não sabia desta informação sobre a África do Sul, mas concordo que enquanto houver a praga do machismo, não vai haver igualdade.

  3. Eu sou bi, e por isso já experimentei uma boa porção de preconceitos, especialmente por parte dos homens, quando revelei isso ficando publicamente com uma garota.Isso para não contar o maior medo de todos: ver a decepção na face dos sues pais, que são as pessoas que você mais ama. Entre garotas isso parece ser encarado com menos agressividade do que quando entre rapazes, e menos ainda quando se tratam de transexuais – mas ainda assim machuca. Por isso eu vejo primordial os esforços para eficientização a população que é normal também não ser hetero. Parabéns para os diretores deste documentário, muito bem produzido, muito informativo e tocante! Que toque no coração de muitas pessoas!

  4. subversiveopendiscourse

    Uma iniciativa muito interessante e bem melhor que o it gets better em termos de visibilidade lésbica e trans.
    As vezes parece que a comunidade LGBT, por estarem todos na mesma sigla são muito unidos, mas aqui no Brasil o movimento LGBT não é muito articulado e vc encontra discriminação dentro do próprio grupo. Bifobia é muito comum, (a exemplo de nossa colega do post de cima) não vem só de héteros. Muitos acham que a bissexualidade é o 'encima do muro'. Pessoalmente eu gostaria que as pessoas se relacionassem com as outras de acordo suas personalidades e não de acordo com seus genitais.

    • Isso é verdade! Teve algumas lésbicas que me olharam com cara de 'como assim' quando sabiam que eu era bi. Aliais, o bissexual costuma a ser associado com hedonismo e safadeza. Acham que é só para ter mais 'opções' de gente para pegar, que o bissexual 'brinca de ser gay', mas não é assim. Eu vejo orientação sexual mais como uma possibilidade de amar romanticamente do que uma vontade de ir para cama. Ir para cama todo mundo consegue… quantos gays não conhecemos que são/eram casados com mulheres, tendo filhos e tal?
      E dentro dessas discrepâncias dentro da bandeira LGBT, outros que vejo que sofrem preconceito por homosexuais são os transsexuais e os travestis, os quais muitas vezes são vistos como anormais dentro de uma comunidade que ainda é vista por muitos como de anormais. Vai entender!

      • subversiveopendiscourse

        De fato, existe uma associação com safadeza e ninguém acredita que alguém possa realmente se relacionar desse modo. Acho que é por causa dessa cultura extremamente dicotômica hétero/homo que se cria como opostos e não existe entre, OU é uma coisa OU outra. o "entre" é instável porque não é 'seguro', acho que isso se aplica para o caso d@s transexuais e/ou @s travestis que sofrem por serem vist@s como o 'meio' no binário (binário homem/mulher). São vist@s como anormais mesmo. vc sabia que a transexualidade AINDA é considerada doença (está no CID!), tipo é doença mental? Absurdo né.

    • tanko

      Mais ou menos, eu até encontrei alguns depoimentos muito bacanas no It Gets Better, inclusive de uma mulher transexual muito inteligente e bem articulada.

      Mas o Eu não Gosto dos Meninos reúne uma maior diversidade de histórias em apenas um vídeo.

      É, a bifobia é mal recebida por grupos hetero e gay. Não que eu tenha preconceito, me relacionaria com um bissexual tranquilamente, desde que a bissexualidade não fosse uma desculpa para mascarar a homossexualidade, porque sinceramente não acho que um homem gay poderia ser feliz comigo ou me fazer feliz. Mas eu meio que entendo, a imagem que acaba sendo passada é de alguém que só quer o "melhor dos dois mundos" ( mesmo que fosse isso, qual o problema, se a pessoa for honesta com seus parceiros?).

  5. Andréia Kennen

    "Não subestime o amor das pessoas que estão ao seu lado. Se vc hj não é capaz de se amar, olhe a sua volta e perceba quantas pessoas te amam…"

    "Eu gostaria que elas viessem conversar, para que eu pudesse dizer o que acho a respeito do que é uma boa vida. A gente deveria pensar muito mais em fazer o bem para humanidade, estar feliz e ajudar o próximo, do que tentar fazer um esforço de coesão pra que todo mundo siga preceitos religiosos, sociais ou o que seja…"

    Sem dúvidas, um curta muito bem feito.

    Esclarecedor.

  6. Adorei, pena ter visto tão tarde, dei uma olhada nos comentários e acho que não necessário acrescentar mais nada. Gostaria apenas que isso fosse mostrado nas escolas D: mesmo em uma sociedade dita mais "tolerante" material esclarecedor como esse ainda falta, assim como o debate da sexualidade.

    Só sei que vou mostrar esse video pra minha mãe, parentes e amigos

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Facebook

Twitter

Calendário de posts

junho 2011
S T Q Q S S D
« maio   jul »
 12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
27282930  

Amazon Brasil

Lojas Online