Seguindo os passos de sua concorrente Marvel, que casou o mutante Estrela Polar (Northstar), a DC (Empresa dona de personagens como Batman, Super-Homem, Flash e Mulher Maravilha) resolveu aproveitar para dar um reboot em um de seus personagens do mundo “Earth 2” e reintroduzir o Lanterna Verde original, lá da década de 1940, agora como gay.
Mas primeiro vamos entender esse negócio de reboot. Como o termo já indica, um reboot é quando se pega toda a história já existente de uma personagem e passa-se a ignorar tudo, dando um reset mesmo, e então os autores tem toda uma nova história pra começar. Então vai-se mudando alguns conceitos, o nome do super herói por detrás da máscara, e tudo mais. O Alan Scott é o primeiro Lanterna Verde, e os outros não são necessariamente encarados como “herdeiros” ou novos Lanternas Verdes. E essa peculiaridade se deve ao cargo de Lanterna Verde (sim, é um cargo). Para aqueles que não estão familiarizados, os Lanternas Verdes são, simplificando, como uma “tropa de polícia”. Então na realidade existem milhões de Lanternas Verdes, de milhares de espécies do universo, e nada impede que exista mais de um Lanterna Verde que seja humano/terrestre ao mesmo tempo, em teoria é claro. Se você viu o último filme que saiu já sabe de tudo isso.
Mas todo esse conceito extraterrestre policial é moderno, e na época do Alan Scott (lá em 1940 e lá vai bolinha), era toda uma coisa mística, e ele era “o super-herói que tinha um anel mágico e combatia o crime”. E esse de certa forma é o conceito “mãe” de todos seus sucessores. Até que resolveram dar um “ultimate” reboot no Alan, e ai na versão atual, mais de 70 anos depois de sua criação, ele vem Gay. E já com namorado, pedindo em casamento e dando beijo na boca, pacote completo (mentira, ainda falta uma cena mais… picante). Tudo quase que ao mesmo tempo, evidentemente mostrando que a DC vai correr atrás do público gay e levando todo mundo pra dentro do debate do casamento gay dentro dos Estados Unidos, é claro.
Alan Scott é loiro, alto, de olhos azuis, sarado, lindo, todo dentro do padrãozinho clichê “do que é ser belo” do “american way of life” (gente, vamos lembrar que ele foi criado lá na década de 1940), é engenheiro de estradas de ferro, e que descobre uma “lanterna mágica” que lhe da um anel e tudo mais. Todo seu conceito, segundo Nicola Scott (artista que desenhou o novo Alan Scott pra DC, ou seja, ela não desenhou aquela primeira imagem lá em cima), era de que ele fosse um “cara maravilhoso, lindo, jovem, e impossível de não se apaixonar, alguém que fosse honesto, caloroso e um líder nato, a escolha óbvia para um defensor da Terra”. E mesmo após a criação de Hal Jordan, o mais famoso de todos os Lanternas Verdes, o original Alan Scott continuou proeminente dentro da DC, aparecendo e continuando sua carreira no mundo paralelo de Earth 2, sendo integrante da “Sociedade da Justiça da América” que nada mais é do que a “Liga da Justiça” do mundo deles.
Voltando ao conceito do mundo de “Earth 2”, nós temos os heróis originais da “era de ouro” dos quadrinhos da DC em uma versão alternativa (a tal da Terra 2) paralelamente aos heróis que conhecemos (que são a “era de prata” da DC) que estão na “Terra 1”. Isso tudo é resultado do que a DC chama de “Crise das Infinitas Terras” que foi a solução deles para simplificar seu multiverso (com versões diversas do mesmo super herói) resultando numa saída de mais de 100 mundos paralelos para “apenas 4”, e então veio o reboot dos personagens de “Earth 2”. E por “culpa” de toda essa lenga lenga nós temos um antigo personagem heterossexual, no segundo casamento, pai de alguns filhos, virando da noite pro dia, um gay. Em outras palavras: ele sempre foi gay e esqueçam toda a versão antiga, pois isso é coisa do passado, e eles tem o tal do reboot pra explicar isso (isso e vários outros problemas como o Batman ter sido um combatente na Segunda Guerra Mundial e estar ai, bonitão e pronto pra próxima).
Pode não parecer, mas no final das contas eu amo esses reboots. E de fato o multiverso da DC tava precisando de uma resumida, e os personagens precisam de uma repaginada para se atualizarem. O personagem Alan Scott de hoje em dia, após o seu reboot, nós só vamos conhecer após esperarmos publicarem mais material para podermos ler, e falar, pois ficar só relembrando sobre o que aconteceu no passado, antes de um reboot, é especular loucamente. Vale lembrar que ele não é o primeiro a sofrer um reboot tão grande, a Batwoman, que é lésbica, que o diga.
Por enquanto é isso: ele é um gato, super bem vestido, com uniforme novo, num mundo diferente que o que vemos por ai na TV e nas bancas, definitivamente gay, e com um namorado de dar inveja. Fora isso o máximo que posso falar é que a vidinha feliz de contos de fadas do Alan Scott com seu noivo vai ficar só na mente dos fãs, pois logo após o pedido de casamento (numa viagem de trem) o mesmo veículo sofrerá um acidente e então a história atual do Lanterna Verde, Alan Scott, terá seu começo, de fato. Só fico triste de não ter sido um personagem de Earth 1, pois ai sim a DC teria saído na frente, pois ai não seria o Lanterna Verde do mundo paralelo, e sim o Lanterna Verde (ou quem sabe o Robin, ou qualquer outro sidekick, que fosse) mas do mundo “padrão” da DC. Creio que isso seria sonhar demais né? Quem sabe um dia!
De todo o modo a necessidade das grandes editoras norte-americanas em colocar em evidência seus personagens gays (ou mesmo de modificar personagens para que eles passem a ser gays) mostra em como essa parcela da população é importante e merece ser representada. E isso, independente de reboots ou de qualquer coisa, é uma atitude maravilhosa e louvável, e mesmo que muitos de nós não tenham tanto hábito de ler comics, é sempre bom ver que cada vez mais os gays tomam seu espaço devido nas diferentes culturas do mundo. Inclusive nas HQs.
Ahhh, só o Nexus mesmo pra me fazer entender esses lances de comics. Por mais que eu ache legal e espere que TOOOODAS as editoras tenham personagens e materiais que promovam a diversidade (de preferência "yaoi"), a DC tá agindo feito uma desesperada correndo atrás do prejuizo.
Pelo menos é um bom sinal, sinal de que o casamento do Estrela Polar na Marvel repercutiu de forma mais positiva que negativa.
Não importa o quanto eu tente não consigo acompanhar tantas histórias paralelas, tantos universos dc, marvel, etc, acho que ñ conheço nem metade dos personagens em evidências nas atuais mudanças, mais fico feliz pela iniciativa. É bom ver que mesmo que as coisas ainda estjam devagar, ainda assim mudanças estão acontecendo, talvez vez não as que queríamos, as realmente desejadas, mais ainda assim é um começo.
Nossa, assim vou começa a me interessar mesmo por comics! A DC quer competir com o mercado de mangá yaoi e conquistar o publico fujoshi, só pode XD
Nossa cara, show DEMAIS isso aqui! Bem escrito, explicado, você se deu ao trabalho até mesmo de explicar a Terra 2 e tudo, nossa, parabéns! Gosto mais ainda dos seus textos Nexus Polaris, ai da Tanko deixar você escapar XD
Bom, eu como boa fã do Multiverso e dcnauta de carteirinha assinada, não posso dizer que gosto de reboots, eu passei um sufoco com As Crises e tô puta com muita coisa nas New 52, mas no geral não acho ruim a ideia, tanto pra alavancar as vendas quanto para acrescentar no fandom que NÃO vai ignorar o passado, sabemos disso. O meu problema com o Alan ser gay é mais uma coisa de fã. Pra quem é fã da Terra 2 e acompanhou o Alan sabe muito bem como ele é um pai dedicado, sabe o plot dos filhos dele (por quem eu sou louca e de quatro pro Obsidian e não aceito ele sumir assim ok?) e eu gostava TANTO daquilo família dele sabe? Não tenho nada contra essa nova roupagem do Alan, mas me irrita a Tropa dos Lanternas ser o celeiro de minorias da DC. Realmente fiquei decepcionada por ser óbvio.
Sem contar que é incerto se isso rende no futuro, pois tem chances GRANDES de dar uma GRANDE merda.
E PORRA, MAL ENTROU E JÁ VAI CASAR? O ESTRELA POLAR PELO MENOS TEM UMA HISTÓRIA COM O NAMORADO DELE D: PORRA DC!
De resto gostei mesmo é da Moça Gavião Negra, fim. Ainda espero pra ver o que vai dar isso do Alan ser gay, pode ser algo que levantará o personagem ao topo e trará prestigio para abrir mais exceções, ou então colocará ele de volta no limbo.
(Desculpem o baixo calão, foi o calor do momento, única forma de expressar meus sentimentos sobre isso claramente)
O Nexus escreve muito bem e conseguiu explicar a situação até para mim, que sou analfabeta em comics.
Segundo ele, o Lanterna não deve casar (não perguntei os spoilers com o motivo). Mas ainda assim, total corrida da DC atrás da Marvel…