E finalmente está chegando a última entrevista dos vencedores do nosso Concurso Cosplay de Halloween de 2013! A demora tem justificativa: as meninas estavam na correria do final de ano e não conseguiram enviar a entrevista antes.
Elas venceram com a foto abaixo, de Kotetsu e Barney de Tiger & Bunny. Linda não?
Vamos lá!
A Luana Zambrano tem vinte e dois anos, mora no Rio de Janeiro e é estudante de Biologia Marinha! Ela disse que os mais próximos à chamam de Lua e é uma fangirl viciada e ama incondicionalmente Kingdom Hearts, Tiger & Bunny e Disney. No quesito cosplay, ela ama com todo o coração os personagens dos quais se veste. Alega que é bastante divertida, embora cause uma impressão intimidadora para quem não a conhece. Fez curso de japonês para conhecer melhor o mundo orienta e sobre esse idioma. Adora ler mangás, doujinshis e é seiyuu otaku, devotando seu amor principalmente ao Masakazu Morita e ao Suwabe Junichi.
A Thamires tem vinte e três anos, mora no Rio de Janeiro e é estudante de Arquitetura e Urbanismo! Seus apelidos são Thami ou Tatá e ela é do signo de Peixes, o que faz dela uma “manteiga derretida”. É defensora dos animas, ama felinos e devora livros. Gosta de desenhar e maquiar, dando preferência à maquiagem artística. “O fim do mundo perfeito seria um apocalipse zumbi”. – diz
Entrevista
Mah: Há quanto tempo é cosplayer e qual foi seu primeiro cosplay?
Luana: Meu primeiro cosplay foi da Kikyou de InuYasha, quando tinha quinze anos, mas eu não tinha muitos recursos nessa época, então não o considero muito. Faço cosplay há dois anos, de fato. Então, meu primeiro cosplay foi de Kaname Madoka, usado no evento Anime Family no Rio de Janeiro.
Thami: Meu primeiro cosplay foi aos dezesseis anos. Eu fiz a Pansy Parkinson, uma aluna Sonserina da série Harry Potter. No entanto, considero que minha vida cosplayer começou há dois anos.
Mah: Tem alguma lembrança inesquecível sobre seu primeiro cosplay? Daquelas lembranças que “ficaram para a história” por ter sido ou muito cômico ou muito emocionante?
Luana: Bem, nenhuma lembrança muito inesquecível quando fiz o primeiro cosplay. Mas o que me marcou foi que quando estava o usando em um evento, uma pessoa veio até mim e comentou que a roupa estava muito bem feita e que nunca havia visto uma roupa tão fiel ao personagem anteriormente. Para mim o cosplay não estava tão bom, pois sabemos que o primeiro nunca sai exatamente como queremos. Mesmo assim foi gratificante saber que as pessoas gostaram, acharam bonito.
Thami: Foram vários, mas vou citar dois. Um deles aconteceu quando eu estava saindo de um evento e uma senhora com seu netinho me parou para me elogiar. O menininho, vidrado, devia ter seus seis anos e me pediu a varinha emprestada. Enquanto a avó e eu conversávamos, ele mandava magias e fazia poses de ataque. No final, ele me entregou a varinha e disse: “Fala para o Malfoy não ser malvado com o Harry, tá bom.”
O outro fato ocorreu na estreia do filme “O Prisioneiro de Azkaban”. Eu era a única cosplayer no cinema e fiz muitos amigos naquele dia. No final da sessão, eu fui uma das últimas a sair, e lá dentro um grupo de fãs me pararam, me elogiaram, fizeram várias perguntas, me pediram MSN e eu não sabia como agir com tanta agitação. Quando saí da sala de cinema, tinha muita gente esperando a próxima sessão do filme. Eu só ouvi alguém gritando: “É ELA! PANSYYY!” E todo mundo começou a gritar o nome da Pansy e estender a mão, era como se eles estivessem na presença de um ator do filme. Eu fiquei emocionada nas duas situações.
Mah: De seus cosplays, qual foi o que mais gostou de fazer, o que mais te marcou? Por quê?
Luana: Difícil escolher um só (risos). De todos que já fiz os que amo de paixão são os do Roxas e do Barnaby. O Roxas me marcou por causa da estilização da peruca que foi muito tensa e o Barnaby parece tranquilo a primeira vista, mas é difícil achar os acessórios cosplay certos para ele (risos). Mas a personalidade dele é muito intrigante!
Thami: O cosplay que mais me marcou foi a Pansy Parkinson. Não só porque foi meu primeiro cosplay, mas por todos os momentos bons que passei ao usá-la. Momentos de reconhecimento, da demonstração de amor que as pessoas têm pela série, das amizades que fiz e que continuam comigo até hoje.
Meu uniforme não era idêntico, mas era muito parecido. Eu não conhecia a magia das compras via internet. Por paixão à personagem, eu cortei minhas longas madeixas Chanel. Fiquei tão parecida com a atriz que fakes da Pansy Parkinson pegavam minhas fotos no Orkut e usavam no álbum como sendo da atriz, o que deu muita dor de cabeça.
Mah: Na hora de escolher qual cosplay fazer, o que você visa? Aparência ou amor pelo personagem?
Luana: Sem dúvida o amor pelo personagem. Mesmo que as pessoas fiquem falando sobre questões de aparência, simplesmente sigo minha vida, pois acho que todos devem ter direito de fazer o personagem que gostam independente de tudo.
Thami: Eu tento unir as duas coisas. É verdade que eu já quis fazer cosplay de alguns personagens e não me achei realmente parecida, então deixei de lado. Hoje eu faria sem nenhum problema. Em minha opinião, o que vale é o amor e o quanto você se dedica ao cosplay.
Mah: Sabemos que hoje em dia sites como o ebay ou sites da China, principalmente, ajudam muito os cosplayers, seja em vendas de acessórios, perucas, lentes ou até mesmo do outfit completo! Isso facilita a vida de muita gente, principalmente daqueles que não tem tanto tempo disponível para se dedicar na criação total de seus cosplays. O “por a mão na massa” ainda sobrevive ao capitalismo, porém sabemos que em partes. Como é o processo de criação de seu cosplay?
Luana: Em relação ao cosplay, tenho minha cosmaker na qual confio muito. Em relação aos acessórios, eu e minha amiga∕dupla nos juntamos para fazer. O que mais gosto de fazer é estilizar perucas. Perco horas concentrada as estilizando (risos).
Thami: Tempo é o meu dilema. O curso e o estágio ocupam praticamente todo o meu tempo. Para fazer as roupas eu conto com a ajuda de uma cosmaker de outro estado. Todo o resto, ou seja, acessórios, estilização de peruca e maquiagem sou eu que faço. Eu adoro criar meus cosplays, se tivesse um pouco mais de tempo, faria toda a parte de costura também.
Mah: Qual cosplay você sonha fazer, porém ainda não fez por motivos maiores?
Luana: A versão de roupa de herói do Barnaby! Meu sonho fazer aquela roupa, mas falta disponibilidade de tempo e paciência (risos).
Thami: O meu sonho sempre foi fazer o Shiryu de Dragão, de Os Cavaleiros do Zodíaco. Não fiz ainda por causa da armadura. Não quero contratar um cosmaker de acessórios, eu gostaria de ter o prazer de fazer cada parte do meu personagem de anime preferido.
Mah: E quantos cosplays já fez?
Luana: Nove no total. Kikyou de InuYasha, Kaname Madoka de Mahou Shoujo Madoka Magika (tanto versão Mahou Shoujo quanto colegial), Roxas de Kingdom Hearts, Barnaby Brooks Jr. de Tiger & Bunny, Stocking de Panty & Stocking, Kuroko Tetsuya de Kuroko no Basuke, Alice de Alice no País das Maravilhas e Kinomoto Sakura de Card Captor Sakura.
Thami: Tenho oito cosplays prontos. São eles: Pansy Parkinson (Harry Potter), Homura Akemi (Puella Magi Madoka Magika), Saeko Busujima (Highschool of the Dead), Tomoyo Daidouji (Sakura Card Captors), Axel (Kigdom Hearts), Inuyasha (Inuyasha), Kotestsu T. Kaburagi (Tiger&Bunny), Len Kagamine (Vocaloid).
Mah: Entrando agora para a temática do Blyme, é “fujoshi” há quanto? Como descobriu o universo yaoi/BL e o que mais chamou sua atenção para o tema?
Luana: Desde os quatorze anos (risos). Lembro-me que na época do meu aniversário passei perto de um jornaleiro e vi vendendo o mangá de Tokyo Babylon (CLAMP) e fiquei interessada. Quando li a história, fiquei impressionada com o conteúdo. Depois disso não consegui mais parar de ler e fui procurar outros mangás com essa temática (risos).
Thami: Acho que entrei no mundo yaoi com dezesseis anos. O que me chamou atenção para o tema, além de dois homens lindos se pegando, é o sentimento de amor verdadeiro que une um casal homossexual.
Mah: Qual foi seu primeiro contato com crossplay e o que mais te despertou interesse nesse quesito?
Luana: Adorava ver meninas que faziam crossplays tão lindos e pareciam meninos andrógenos. Eu sempre fui mais fã de animes shounen∕shounen-ai do que shoujo, por isso sempre curti mais personagens masculinos. Daí que surgiu a vontade de fazê-los.
Thami: Eu via alguns cosplays de personagens masculinos idênticos ao anime. E pensava que fossem meninos perfeitos usando os cosplays, até descobrir que eram meninas. Logo imaginei que seria possível fazer o meu tão sonhado Shiryu de Dragão.
Mah: E qual foi seu primeiro crossplay?
Luana: Meu primeiro crossplay foi o meu xodó, Roxas de Kingdom Hearts (risos).
Thami: Meu primeiro crossplay foi o Axel de Kingdom Hearts.
Mah: Quanto à temática BL, quando foi a primeira vez que fez crossplay com a intenção de fotos com fanservice e qual foi o primeiro casal que você e sua/seu amiga/o fizeram? Porque escolheram esse casal?
Luana: Foi exatamente o cosplay de Axel e Roxas de Kingdom Hearts. Sempre fui apaixonada por AkuRoku (Axel x Roxas). Sou uma viciada hardcore em Kingdom Hearts e tenho um carinho especial por esse casal (risos).
Thami: Quando fiz o Axel, eu e minha amiga já pensávamos em fotos com fanservice, antes mesmo de estarem prontos os cosplays. A minha amiga é muito viciada no jogo e personagens, e por meio dela eu conheci o Axel e gostei muito da personalidade dele. O Roxas e o Axel possuem uma ligação de amizade muito forte, assim como eu e minha amiga.
Mah: O que acha sobre o preconceito que algumas pessoas têm sobre “garotas que fazem cosplay de homem”? Já sofreu algum tipo de preconceito desse tipo?
Luana: Eu sou da teoria de que “Se você ama o personagem, não importa o sexo, deve fazê-lo para mostrar que o amor pelo personagem vence qualquer barreira”. Não sofri preconceito, as pessoas curtiram muito meu crossplay, por isso fiquei muito feliz com ele.
Thami: Abomino qualquer tipo de pré-conceito. Infelizmente, existe preconceito com todos os cosplayers, e o pior, os preconceituosos são os próprios cosplayers! Não lembro de ter sofrido nenhum preconceito verbal em relação aos meus crossplays, mas percebo que a quantidade de pessoas que chegam para tirar foto ou até mesmo curtir suas fotos e comentar é muito menor do que se eu estivesse vestida de menininha fofa ou sexy.
Mah: E quanto ao preconceito geral que as pessoas têm para com cosplayers e fãs de cultura pop oriental e afins?
Luana: É uma realidade difícil, pois se até entre os próprios cosplayers existe esse preconceito, imagina o que vem das pessoas que não conhecem! Temos que vencer muitas barreiras, mas a satisfação de ser elogiado pelo cosplay que fez, não tem preço.
Thami: Provavelmente já sofri preconceito, mas não dou importância para isso, então não lembro. Quando as pessoas descobrem que sou cosplayer, ficam curiosas e acham super bacana, elas costumam achar muito interessante.
Mah: Já sofreu algum tipo de abuso, sendo cosplayer mulher? Se sim, que tipo de abuso?
Luana: Não, até por que sou uma pessoa que intimida muito a primeira vista (risos).
Thami: Abuso eu nunca sofri, mas sempre tem uns engraçadinhos que se acham no direito de ficar jogando indiretas e resolvem tirar foto com o pretexto de te agarrar.
Mah: O que gostaria de dizer para os preconceituosos e abusadinhos de plantão? (pessoal, vamos fazer boas críticas, sem baixaria! Hahaha)
Luana: Cosplayer não é um boneco que pode ficar encostando ou criar intimidade sem conhecê-lo. As pessoas têm que aprender a respeitar mais os outros, pois respeito é algo raro hoje em dia.
Thami: Aew, galerinha do bem, respeito é base para tudo! Vamos respeitar o cosplayer. Cosplay é um hobby, assim como o seu futebol!
Mah: e quanto ao preconceito INTERNO no quesito? Ex: cosplayer querendo passar por cima de cosplayer. Cosplayer pondo defeito no cosplay do outro. Pessoas se esquecendo de que cosplay é amor e diversão. O que você acha sobre isso?
Luana: Não entendo o porquê disso. Nós deveríamos nos juntar e ser um grupo organizado e não criar intrigas entre nós mesmos. Como podemos querer o respeito dos outros que não conhecem se nem nós mesmos respeitamos os semelhantes?
Thami: Acho essa competição de uma infantilidade tremenda. Tem muita gente que faz cosplay para competir com outros cosplayers. Nunca subiu no palco para ser julgado pelos jurados do concurso, mas acham que podem julgar as pessoas que tanto se dedicaram na criação do cosplay. Tem gente que faz cosplay por amor ao personagem, e tem gente que faz por quantidade. Então lá vai uma dica: quando você encontra alguém vestindo o mesmo personagem que você, chegue nele e peça para tirar uma foto, elogie! Ele está fazendo aquele cosplay porque, do mesmo jeito que você, ele se identifica e ama o personagem, vocês deviam ser amigos e não rivais.
Mah: Obrigada pela participação e parabéns pela vitória!
Luana: Obrigada por essa chance e poder expressar os meus sentimentos. E gostaria de dizer “Obrigada! E de novo, obrigada!”. See ya! (risos).
Thami: Eu que agradeço a oportunidade de mostrar o meu trabalho/hobby como cosplayer. Espero poder participar de mais concursos criados pelo Blyme. Beijo!
Vejo Vocês no próximo Concurso :3
Mah.
Comentários Recentes