RG Veda (pronunciado em japonês como rigu veda) pode não ter sido o primeiro trabalho do grupo CLAMP, mas com certeza foi seu primeiro grande sucesso e o primeiro quadrinho delas a sair das páginas das revistas e ganhar formato encadernado.
Com um roteiro ousado que pega emprestado ideias do budismo e hinduísmo, traços rebuscados e uma boa quantidade de personagens, RG Veda ainda hoje é considerado como um dos mangás mais importantes no mercado japonês e mundial!
A série foi lançada entre 1989 (aposto que a maioria de vocês nem sonhava em nascer!) e 1996 e tem 10 volumes. Também foram lançados 2 OVAs entre outros produtos como artbooks e especiais.
O roteiro pode parecer complicado de início por conta dos nomes indianos e influências mitológicas, mas resumidamente conta a história de Ashura e Yasha, os únicos sobreviventes de seus respectivos clãs, que lutam para livrar o Mundo Celestial das mãos do tirano deus do Trovão, Taishakuten. De acordo com uma profecia antiga, a jornada de Yasha começará quando ele encontrar a criança Ashura. Juntos, eles terão que juntar as seis estrelas (guerreiros) que se rebelarão contra os Céus.
O mangá chegou essa semana nas bancas brasileiras e está muito bonito e bem feito! A JBC parece que ouviu seus leitores, que não aprovaram muito a escolha dos nomes Yaksa e Asura usados no mangá Tsubasa Reservoir Chronicle e dessa vez mantiveram Yasha e Ashura. Também colocaram algumas páginas coloridas ainda que a maioria seja de páginas pretas com escritas; de ilustração mesmo, só temos um desenho de 2 páginas. A capa ficou linda e fiquei muito feliz por eles não terem repetido o mesmo desenho na parte de trás do mangá!
A tradução está ótima e não vi problemas na edição dos textos. A JBC continua poluindo bastante algumas páginas com suas notas de rodapé, mas isso deve acontecer mais no primeiro volume, por conta das explicações dos termos.
Falando em termos, vou ter que me acostumar com a escolha do título “samraat” (Imperador ou Ou, se você estiver acostumado com a versão em japonês) que é usado constantemente na frente dos nomes dos guerreiros celestiais.
Uma coisa que ficou confusa foi como os personagens se referem a Ashura. O sexo desse personagem não é revelado até o final do mangá, por isso, no original usam-se artigos neutros para se referir a ele. A JBC misturou os dois, as vezes referindo-se a Ashura como “ela” e outras como “ele”. Isso não muda em nada a história, nem deixa o trabalho da JBC melhor ou pior, mas ficaria uma coisa mais correta utilizar artigos masculinos, já que é assim que a língua portuguesa funciona… Em Kobato, o personagem sem sexo Kohaku, acabou virando “ela”, o que sempre me dá a impressão de que estão tentando manter os personagens o mais hétero possível… Talvez seja coisa minha!
No todo, gostei bastante do trabalho da JBC! Ficou bem caprichado e recomendo que vocês deem uma olhada, se possível!
FINALMENTE saiu R.G Veda em terras brasileiras né?
Eu particularmente não gosto da CLAMP, são poucos trabalhos delas que eu acompanho mesmo, mas R.G Veda eu posso chamar de favorito <3 Tenho o mangá em inglês e por isso esperava muito da tradução, fiquei um pouco decepcionada com a ambientação da narrativa, começou formal e passou pro informal do nada no mangá, isso atrapalhou D: mas no geral achei que tá muito bom.
E essa capa compensa <3 Eu esperava pelo menos mais uma página colorida D:
Vou acompanhar, pelo menos isso garanto
Acho que o nível de formalidade depende do personagem e da situação. No começo eles estavam em uma audiência formal com Taishakuten, depois ficou mais relaxado. oOespírito do Ashura tem uma fala rebuscada, já os outros falam de maneira mais natural… Bem, não sei como é no original, mas não me atrapalhou essa mudança de estilo.
Mas há momentos onde a linguagem formal é necessária, até mesmo por causa de coisas como castas e posições onde eu vejo uma linguagem mais informal, não é ruim pra leitura, até dá pra passar despercebido, mas pra mim ficou meio abrupto o momento em que deixa de ser formal e passa pro informal. Sei lá, foi meio do nada, acho que por isso consigo ver esses pequenos erros
Oi, boa review! Procurei por toda net e o seu site foi o único que falou sobre a edição do mangá no Brasil (com fotos e tudo mais). Pode parecer besteira, mas como fico na fase 2, sempre procuro saber como saiu a versão pra saber se irei comprar ou não (mas quase sempre compro o vol. 1, pra ver com meus próprios olhos hehe’). Esse eu vou acompanhar, junto com Sakura. 😀
Esse uso do formal e informal é bem diferenciado no mangá mesmo. E tem mudanças bruscas mesmo no meio da história, mas não no meio de uma mesma conversa entre os mesmos personagens.
Há essa mudança dependendo da ocasião e das pessoas que falam.
Ashura, quando está maior, fala mais formal. Taishakuten tb, Kujaku já fala bem informal. No japonês tb é bem visível essa diferença na linguagem dos personagens. E a forma muda assim mesmo.
Quanto ao gênero da personagem… esse é o ponto mais complicado.
Neste primeiro volume, referiram-se a ele como "o bebê" ou "a criança", por isso de aparecer como "ele" ou "ela", dependendo do caso. Lógico que para fazer essa referência, as palavras deveriam aparecer próximas, mas se elas fossem usadas sempre, poluiria o texto com muitos "crianças", "bebês".
Há, Em Kobato eu percebi que Kohaku virou "ela"! Depois de Kobato fui ler Wish pra ver como essa historia de genero era tratada lá [e pq já tava pra ler um tempo *-*], eu sempre soube que era um personagem sem sexo… Pensei que Ashura iria virar "ela" D= medo! Essas coisas me incomodam! =/
Mas to gostando muito de RG *¬* e a ediçao JBC até que ficou boa ._.