Vermelho, Branco e Sangue Azul
Faltando aproximadamente 1 mês para a estreia da adaptação em filme para o serviço de streaming PrimeVideo, o Blyme Yaoi tem a honra de fazer a resenha desse que é um dos maiores sucessos literários no gênero BL/Gay no Ocidente: Vermelho, Branco e Sangue Azul (Red White and Royal Blue).
A obra de Casey McQuinston (que esteve no Brasil ano passado) está sendo dirigida por Matthew Lopez – diretor vencedor dos dois mais prestigiados prêmios de teatro no Ocidente: Tony (o equivalente ao Oscar do teatro americano) e o Laurence Olivier (equivalente ao BAFTA britânico), pela peça The Inheritance. Vermelho, Branco e Sangue Azul (ou RWRB para os íntimos) é o primeiro trabalho de Lopez nas telas. Assim como o diretor teve êxito nos dois lados do Atlântico Norte, a história de RWRB retrata duas figuras de cada lado.
Sem mais delongas, vamos à resenha!
ATENÇÃO: SPOILERS PESADOS
O livro começa na perspectiva de Alex Cleremont Diaz, filho da presidenta dos Estados Unidos, a democrata Ellen Cleremont (interpretada por Uma Thurman na versão filme) e que vive com a mãe e a irmã em Washington. Completamente apaixonado pela política, o jovem texano busca ser a voz da mudança do seu estado sulista de origem, que é de maioria republicana. O livro retrata o período crucial da campanha de reeleição de Ellen – em que ela concorre contra o republicano Jeffrey Richards. Muito do livro retrada a ânsia da família de conquistar não só o segundo mandato, mas como transformar o Texas num “Blue state”.
Em nível pessoal, Alex possui a fama de bon-vivant, e é um dos solteiros mais cobiçados pela mídia ocidental. Contra ele, disputa o príncipe britânico Henry Fox-Mountchristen-Windsor, ou Príncipe Henry, terceiro na linha de sucessão real, após os irmãos Phillip e Bea.
Henry é um jovem centrado, e cheio de cautela pela complexa situação familiar (irmã e mãe com problemas íntimos, irmão e avó, a rainha, controladores), mas que possui uma mente brilhante cheia de ideias para o dar o melhor de si para seu povo e o mundo.
Apesar de parecerem dois homens muito respeitosos, Alex e Henry não escondem o desprezo o que sentem um pelo outro, principalmente o Primeiro-filho americano. A chance de fazer a perseguição dos tabloides para com seus pimpolhos se transformar em propaganda política para as duas chefes de estado (a presidenta Ellen e a Rainha Mary, da Inglaterra, avó de Henry) ocorre no casamento do irmão de Henry.
Nesse casamento, talvez a cena mais conhecida pelos fãs ocorre: o cakegate. Os dois entram na porrada física e destroem o bolo de casamento real. A mídia se deleita e o escândalo força os familiares dos arruaceiros a partir para um tratamento de choque: uma campanha de publicidade em que ambos agem como pessoas maduras e amigas.
Esse é o começo do que vai se tornar uma rotina de rivals to lovers deliciosa. Os dois começam a demonstrar que muito da implicância é na verdade desejo e paixão não resolvidos, com Casey não poupando cenas de sexo entre eles. Diria que o livro possui pelo menos um terço de seu conteúdo com os dois em momentos íntimos.
Além do romance regado a muito sexo, RWRB possui boas doses de comédia e também de aulas de cultura, pois o casal faz questão de incluir bagagem histórica em suas cartas apaixonadas e de ter encontros em sítios históricos importantes para os EUA e o Reino Unido. Cabe um porém: uma pequena parte da obra têm sido criticada por alguns integrantes da critica britânica no que diz respeito à família real – muito do que está no livro neste núcleo ou não condiz com as regras que atualmente estão em vigor ou foram simplesmente inventadas. Mas ainda assim, Casey McQuinston não decepciona em oferecer, principalmente na ala americana e LGBTQIA+, referências históricas.
A obra ainda conta com uma pincelada de suspense político, em especial com Rafael Luna, senador do Colorado, amigo do também senador Oscar Diaz, pai de Alex, um dos crushes platônicos de Alex e também seu mentor. Também há discussões sobre o papel dos latinos na política americana, em especial no Texas. Outros personagens maravilhosos incluem Nora, June, Beatrice e Pez.
OS: Talvez uma crítica que seja feita na adaptação para filme é a de que Alex, no livro, é mais baixo que Henry. Mas tenho certeza que a química de Taylor Zakhar Perez e Nicholas Galitzine vai dar conta de mascarar esse detalhe!
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