Fence
Confesso que sou uma porta quando se trata de quadrinhos que não sejam mangás. Eu nem fazia ideia de que Fence existia, nem da fama que tinha.
A Galera Record foi gentil em nos dar os dois primeiros volumes dessa história para fazermos uma resenha aqui para o blog, e foi assim que fiquei sabendo que esse quadrinho existia e estava sendo publicado aqui no Brasil.
Eu tive meu momento de animes de esporte quando Free! estreou lá para 2013, quem viveu sabe. Confesso que também sou uma porta quando se trata de esportes cujas regras vão além do “quem chegar primeiro vence”, motivo pelo qual meu anime preferido do gênero sempre foi Yowamushi Pedal.
Fence é uma história sobre esgrima, um esporte que, até onde eu sei, não é lá muito popular aqui por nossos lados, mas que tem seu prestígio. Achei a proposta interessante de ser uma história sobre esportes, assim como os mangás e animes que conhecemos e amamos, com a diferença de ter os personagens LGBT+ canon. Pode não ser algo inédito, mas considerando que os mais famosos dos nossos amados animes e mangás de esporte só nos permitem ter headcanons quanto à sexualidade dos personagens, esse foi um ponto que me deixou um pouco mais empolgada e, de certa forma, até surpresa.
Outra coisa que me deixou surpresa nesse quadrinho foi a Johanna The Mad como ilustradora. Eu lembro bastante dela da minha época no Tumblr, bem durante o boom dos animes de esporte anteriormente mencionado. Eu tinha um apreço em particular por ela por causa de uma fanart que ela fez do meu OTP rarepair de Yowamushi Pedal (TadoMaki, caso estejam curiosos). Fiquei feliz em vê-la em uma publicação como essa, que parece perfeita para alguém que gosta de animes de esporte e ships BL.
A autora da história, C.S. Pacat, também não me era estranha. Já ouvi falar do seu famoso Príncipe Cativo, livro que vivo falando “um dia eu leio” mas nunca leio de fato. Para fechar o trio responsável pela história, temos a colorista Joana Lafuente. Vocês podem não conhecê-la, mas ela já trabalhou para marcas muito famosas como Hasbro e Cartoon Network.
O protagonista de Fence é Nicholas Cox, um garoto pobre, filho ilegítimo de um célebre esgrimista. Começamos vendo Nicholas participando de um torneio regional. Sua primeira disputa é contra Seiji Katayama, um menino de ouro da esgrima que estava esgrimando pela Europa até pouco tempo atrás. Os dois se enfrentam, e Nicholas infelizmente é derrotado, saindo do torneio com a promessa de que ele enfrentaria Seiji novamente algum dia para retomar sua honra.
Passados seis meses, Nicholas agora ganhou uma bolsa para a Escola Kings Row para Garotos, e ele só manterá essa bolsa sob a condição de fazer parte da equipe de esgrima da escola. Nicholas está empolgado, pois assim ele poderá enfrentar a Exton, escola prestigiosa no mundo da esgrima onde Seiji provavelmente vai estudar. Quando vai ser apresentado a seu novo colega de quarto, Nicholas tem a surpresa de descobrir que ele é ninguém mais ninguém menos do que Seiji, seu rival jurado.
História levemente familiar, não é? Acho que todo mundo aqui que viu ou leu Haikyuu!! percebeu uma similaridade com a história de Hinata e Kageyama. Eu não acho que esse é um ponto negativo, muito pelo contrário, acho até empolgante perceber que uma obra que gosto tanto serviu de inspiração para esta história. Inclusive, isso serve para mostrar que os fãs da dinâmica Rival to Lovers de KageHina terão um prato cheio com esse quadrinho.
Depois disso, somos apresentados ao resto do elenco de personagens dessa história. É um elenco bem diverso, tenho certeza que você terá um favorito entre eles (o meu é o Bobby, o femboy, que me lembrou o meu amado Kisaragi Shun de Koko wa Greenwood).
Com esse elenco vasto, dá para criar vários ships. Eu já tenho alguns e só fico na torcida para que eles se concretizem ao longo da história, porque só em 2 volumes ainda não pude ter uma noção de quais serão os casais canon.
Para quem não é muito familiarizado com esgrima, a história inclui algumas explicações, como por exemplo, essa parte onde explicam as diferentes espadas usadas no esporte. Ainda fico um pouco perdida com como ele funciona, entretanto, acho que isso poderia ser melhor explicado ao longo da história.
A série Fence está concluída em 5 volumes que, no momento que escrevo essa resenha, ainda estão sendo publicados aqui no Brasil. Achei os volumes dessa edição um tanto finos, mas como falei, estou acostumada com mangás. As páginas são inteiramente coloridas, o que dá um toque especial pra história.
Fence é um quadrinho que vai agradar muito os fãs de animes e mangás de esporte, especialmente as fujoshis que adoram shippar os personagens. Recomendo até para quem não está acostumado a ler quadrinhos ocidentais.
Confira detalhes sobre a edição brasileira abaixo:
Título Original: Fence
Tradutor: João Rodrigues
Formato: Brochura
Altura: 22,5cm
Largura:15,5cm
Profundidade:0,7cm
Páginas: 112
Os volumes podem ser adquiridos com brindes através da loja da da Record, ou através da Amazon, onde o primeiro volume está disponível no Kindle Unlimited.
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