Centimillimental: Coletiva de Imprensa Ressaca Friends 2022
No dia 17 de novembro de 2022 ocorreu o show mais esperado para os fãs de Given, e talvez o mais marcante na história dos BLs aqui no Brasil: Centimillimental, responsável por toda a trilha sonora da obra, se apresentou no palco do Ressaca Friends, em São Paulo.
Em 2012, Atsushi fazia parte de uma banda como vocalista e tecladista. [UC1] Após os outros membros deixarem a banda, o músico passou a levá-la como um projeto solo, onde ele mesmo compõe e faz os arranjos e programação das músicas, além de cantar, tocar piano e guitarra. O projeto passou a ter o nome “Centimillimental” em 2018, no lançamento do single “Love Song/ Nee, Wasurenaide ne”.
Nós do Blyme, que estávamos cobrindo toda a parte relacionada a BL no Ressaca Friends 2022, participamos da coletiva de imprensa após o show e conseguimos fazer algumas perguntas para Atsushi. Confira a seguir a entrevista na íntegra.
-As músicas de Given estão muito ligadas à história e aos personagens. Gostaria de saber se você se envolveu na história de Given para compor as músicas?
Atsushi: Sim, com certeza. Eu li a obra e imergi na história, ao mesmo tempo em que busquei pontos que coincidissem com as minhas memórias e compus [as músicas] buscando palavras que expressassem isso.
–Certa vez você explicou ter dados instruções pro dublador [do Mafuyu] de Given, e gostaria que você falasse um pouco sobre isso, levando em conta as diferenças de gravar em estúdio e se apresentar em palco.
Atsushi: Um dublador precisa atuar corretamente no personagem, de acordo com o roteiro. Já enquanto cantor, eu o instruí para que buscasse em suas memórias pontos dos quais se identificasse pessoalmente com a história, para deixar o mais realista possível.
-Como alguém envolvido com música, quais foram suas impressões sobre Given? Você se identificou com os personagens em algum ponto?
Atsushi: Given é uma história de uma banda de rock, assim como comecei o Centimillimental também como uma banda de rock. Então pude me identificar com várias coisas na obra.
-Qual foi a música mais difícil e a mais emocionante que você criou?
Atsushi: A mais difícil foi a abertura de Given, Kizuato. No começo, não havia sido decidido ainda quem cantaria. Na verdade, havia uma grande probabilidade de ser o dublador; e eu compus pensando nisso. Então quando disseram que seria eu, a princípio não soube o que fazer.
A mais emocionante foi Bokura Dake no Shudaika, do filme.
-Pudemos perceber o quanto a galera vibrou aqui durante o show. Você já tinha ideia de que atingiria um público tão grande aqui no Brasil e que o pessoal gostava tanto das músicas?
Atsushi: Essa foi a primeira vez que vim ao Brasil, então não esperava ser recebido por tantas pessoas. Na verdade, muitas até cantaram junto no show. Fiquei surpreso e feliz que tanta gente conhecesse minhas músicas, ainda que nosso idioma seja diferente.
-Você já conhecia o gênero BL antes de trabalhar em Given?
Atsushi: Sim, eu conhecia o gênero Boys Love. Quando eu era estudante, acabei lendo uma obra por acaso. Então trabalhei em Given já sabendo da existência do gênero e foi tranquilo, não tive nenhum estranhamento.
-Qual foi a diferença da produção da trilha sonora de Given para a outra obra em que você trabalhou?
Atsushi: Eu fiz a trilha de um anime chamado Bakuten, que mostrava mais o brilho da juventude e tinha músicas mais alegres. Como eu sempre compus músicas mais tristes, foi bem diferente e até difícil buscar dentro de mim esses pontos de esperança e alegria na hora de compor.
-Obrigado pelo show, foi incrível e emocionante. Gostaria de saber quais artistas e bandas inspiram seu trabalho.
Atsushi: Eu sempre ouvi muitas bandas japonesas, então é difícil escolher uma só. Mas tem uma banda, chamada Remioromen, que foi a que despertou em mim o desejo de cantar.
-Você pensa em voltar para o Brasil para participar de algum festival de música por aqui?
Atsushi: Depois de descobrir que há tantas pessoas esperando ansiosamente pela minha música, gostaria sim de voltar ao Brasil, com certeza.
-Eu sou particularmente muito fã de Mozart. Gostaria de saber qual sua maior influência na música clássica.
Atsushi: É difícil falar de apenas um, mas se for para falar da paixão, de algo parecido com rock, Beethoven foi quem me ensinou a ser intenso e maneiro.
-Houve alguma situação divertida ou interessante durante o trabalho em Given?
Atsushi: O dublador do protagonista, Yano, era bem iniciante e não tinha nenhuma experiência, nem com banda nem com guitarra. Ele foi se preparando e treinando para a live. E, no final, quando ele subiu ao palco, foram tantas coisas realmente parecidas com o Mafuyu de Given, que foi como se eu tivesse acompanhado o desenvolvimento de ‘dois Mafuyus’. Isso foi bem interessante.
-Você chegou a conhecer algo do Brasil?
Atsushi: Eu só vi o hotel e o evento (risos). Queria poder vir para o Brasil com mais tempo. Foi muito legal, então gostaria de vir com calma e visitar vários lugares.
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