Pink Heart Jam

Classificação: 🍋🍋🍋

Pink Heart Jam é um mangá BL escrito por Shikke. Começou a ser publicado em 2020 na revista Mellow Kiss da editora Homesha, e teve seus capítulos publicados em inglês em simulpub pela Futekiya. O décimo e último capítulo foi publicado recentemente, em abril de 2022.

O mangá conta a história de Haiga, um rapaz do interior que acabou de começar a faculdade em Tóquio. Ele participa de um clube de bandas e fica muito admirado com a performance de Kanae, um veterano que toca guitarra. 

Um dos veteranos do clube sugere que ele vá a um box spa no distrito Nichoume, e Haiga segue esse conselho, mesmo sabendo que se trata de um distrito gay. Chegando ao box spa, Haiga se depara com Kanae que, para sua surpresa, trabalha no local. Ele decide tomar a oportunidade de desabafar com o veterano que tanto admira e contar o motivo que o levou até aquele box spa: Haiga está questionando sua sexualidade. Depois de um acontecimento no ensino médio, Haiga ficou em dúvida se era bissexual ou não, e decidiu que ir a um spa gay seria uma boa oportunidade de sanar essa questão. 

Gostei bastante dessa parte da história, pois senti uma certa identificação com Haiga, um jovem que acabou de se mudar para fazer faculdade e aproveita essa oportunidade de estar em um ambiente novo para se questionar quanto a sexualidade. Acho que me vi nele, de certa forma, e muita gente também vai se identificar. 

Outra coisa que gosto bastante nesse título é o design de personagens. Não é à toa que o mangá se espalhou pela internet tão rápido logo que foi lançado, o Kanae é mesmo muito bonito, um verdadeiro Bishounen. Sem falar que ele tem um guarda roupa de dar inveja. O traço da autora também é muito bom e agradável de se olhar.

Ao longo da história. Haiga começa a trabalhar para ter dinheiro para pagar as caras sessões no spa com Kanae, as quais eles passam mais conversando do que se tocando. Acho que essas sessões são quase que uma terapia para Haiga, e Kanae, sendo mais velho e mais experiente, é um ombro amigo para quem ele pode contar coisas que não contaria a todo mundo. 

É interessante porque, enquanto vemos o Haiga todo inseguro quanto a seus sentimentos, também vemos que Kanae também passa por momentos assim. Ele pode parecer o veterano legal e bem resolvido, mas também tem que lidar com seus dilemas.

Conforme a história se desenrola, vamos vendo como esses dois vão se aproximando e desvendando seus próprios sentimentos no processo, e temos o ponto de vista de cada um deles. Eles têm uma dinâmica muito legal de preocupação e cuidado mútuo, é uma graça.

Esse mangá tem uma história mais introspectiva. Em vez de grandes conflitos entre os personagens, o que vemos é cada um lidando com seus dilemas internos e se resolvendo ao longo da história. Talvez esse seja um ponto negativo desse mangá para outras pessoas. Ele é mais paradão, sem muitas reviravoltas.

A proposta dele também não é tão inovadora assim, já que temos vários BLs que têm música como pano de fundo (e eu diria que Pink Heart Jam não explora tanto essa parte como, por exemplo, Given), isso sem falar nos que se tratam de sex workers e indústria de entretenimento adulto no geral.  

Mesmo assim, este é um mangá extremamente fofo, recomendo muito para quem gosta de romances que se focam nas questões pessoais de cada personagem além da relação em si. 

Pink Heart Jam está disponível em inglês oficialmente na Futekiya.

Saiba mais: “Pink Heart Jam” será publicado oficialmente em inglês pela futekiya