Fuyu no semi (conhecido mais sob o nome de Winter Cicada; em tradução livre, Cigarra do inverno), é uma novela de época, criada pela mangaká Youka Nitta e é apresentada em sua série Haru wo daiteita. Nela, os personagens protagonistas de Haru, Kyousuke Iwaki e Youji Kato, interpretam, respectivamente, um bakushin (um senhor de feudo e/ou guerreiro leal ao shogum) chamado Akizuki Keiichiro e um nobre do clã Choshu (um dos principais clãs a lutar em favor da queda do Shogunato [ou bakufu], mas contra a abertura do país aos extrangeiros [pensamento que era expresso na frase “Sonnoo jooi” ou “reverenciar o imperador, expulsar os bárbaros”, muito conhecido apenas como Jooi) chamado Kusaka Touma.
A história inicia-se durante o segundo ano de Bukyo (não consegui localizar, ao certo, a que ano ou período se refere), no final da Era Edo – Era que se iniciou com a vitória de Tokugawa Ieyasu sobre Toyomi Hideyoshi na famosa Batalha de Sekigahara, e sua chegada ao posto de shogum – com o primeiro encontro de Akisuki e Kusaka durante um incidente ocasionado por integrantes do clã Choshu, um incêndio a uma embaixada extrangeira. Nessa ocasião, Akizuki aparece no local do incidente com a intenção de barrar seus companheiros de clã, mas chega lá muito tarde, sendo perseguido pelos bakushins que lá chegam procurando os culpados. Durante sua fuga, Kusaka acaba encontrando-se em um beco sem saída, devido a residência ser cercada com grades de bambu, e é encurralado por um único samurai: Akizuki. Este encontro acaba com a salvação de Kusaka por parte de Akizuki, quando o último abre um buraco na cerca para que Kusaka conseguisse escapar para o mar, mas, desde então, o bakushin e suas palavras ficam gravadas na memória do integrante do clã Choshu.
O reencontro dos dois ocorre alguns anos depois, quando Kusaka, tentando ingressar em uma escola de inglês, se depara com Akizuki e ambos se reconhecem. Em uma conversa amistosa, os dois homens acabam percebendo que possuem mais em comum do que imaginam e, em uma oferta cortez, Akizuki passa a ensinar a língua inglesa para Kusaka. A partir de então, encontros diários começam a acontecer entre eles e, aos poucos, o Kusaka se dá conta de o que sente por Akizuki não é apenas um respeito ou gratidão, mas sim amor.
Entretanto, as relações entre o Shogunato e o clã Choshu começam a esquentar e Kusaka acaba sendo interceptado por um bando do clã e acusado como traidor dos pensamentos que este prega, pelo simples fato de estar na presente companhia de um samurai leal ao shogum. Para salvar sua vida, um dos lideres do clã propõem a Kusaka que este vá morar em Londres, onde poderia se instruir e conhecer o mundo exterior. O nobre aceita a oferta e, um dia antes de embarcar para o estrangeiro, declara seus sentimentos a Akizuki, sendo retribuido por ele.
Kusaka só irá retornar ao Japão durante a Era Meiji (Período após a Era Edo, quando, com a queda do shogunato, o Imperador Meiji assume o poder e o país e aberto de vez aos estrangeiros), dessa vez lutando pelo lado do imperador. Seu desespero é refletido pela intensa vontade de encontrar Akizuki, que devido a sua posição como chefe de uma familia nobre que sempre foi fiel e serviu ao shogun, acaba ingressando como um combatente na Batalha de Aizu. Por ironia do destino, Kusaka acaba encontrando Akizuki quando este estava prestes a cometer seppuku (conhecido popularmente como harakiri, que é um ritual onde o guerreiro rasgava sua barriga ao meio, como uma forma de expiar seus crimes, pedir desculpas por seus erros, escapar da desonra, arrumar perdão para seus amigos e provar sua sinceridade), mas acaba salvando-o, mesmo que Akizuki tenha perdido uma perna durante a batalha. Para salvar seu amado, Kusaka acaba assassinando um companheiro de pelotão, crime que mostra aos olhos de Akizuki a perda da pessoa por quem havia se apaixonado anos atrás.
Trabalhando como o chefe das relações exteriores, Kusaka passa, então, a cuidar de Akizuki como uma boneca, fazendo com que este se mantenha vivo em um afastado quarto de hospédes em sua casa. Entretanto, durante os dois anos que se seguem após a batalha em que se encontram, Akizuki não sorri e tenta, de várias formas, o suicídio. A trama se complica ainda mais quando Aizawa, um antigo companheiro de clã de Kusaka, é incumbido de investigar a morte do filho de seu chefe, que ocorreu durante as lutas da Batalha de Aizu. Assim, Aizawa acaba tomando ciência da existência de Akizuki e lhe explica, intimando, toda a situação que se desenvolve para uma ameaça eminente contra Kusaka. Akizuki toma, então, uma decisão para sua vida.
Não serei chata e não entregarei o final da história, mas ela possui um dos finais mais lindo até agora apresentados.
Seu título vem de uma passagem na história, onde, após confessarem seus sentimentos um para o outro, eles acabam encontrando um casulo de cigarra agarrado a uma árvore. Em primeiro momento, ambos estranham e acreditam que o inseto jamais conseguirá sobreviver devido a já se encontrarem no outono, mas Akizuki acaba descobrindo que o casulo vingou e que a larva que lá se encontrava hibernando, partiu para a vida.
O maior ponto desta história é que mesmo pertencendo a uma série fechada, ela praticamente ganha vida por si só e mostra os mesmos personagens assumindo o papel de outros. O que acaba indicando uma narrativa fenomenal por parte da Youka-sensei, pois, mesmo não conheçendo Haru wo daiteita, Fuyu no semi pode ser assistido sem problema algum.
Acredito não ser necessário apresentar a arte maravilhosa da Youka Nitta. Os traços delas são fantásticos e, tanto em sua versão manga quanto em sua versão anime, esta história não poderia ser melhor representada do que pelos belos desenhos desta grande mangaká.
A história foi lançada no Japão em anime, na íntegra, em 3 OVAs, no ano de 2007 e é licenciado nos Estados Unidos pela Logo, um canal da cabo da Viacom Media Networks (a MTV) voltado exclusivamente para o público homossexual, tendo sua estréia em Outubro de 2008. Quanto ao mangá, ela é apresentada ao público no volume 5 de Haru wo daiteita.
No mais, sou suspeita em falar tanto deste trabalho, afinal sou completamente apaixonada por Haru e seus personagens e acredito, fielmente, que Fuyu no Semi é um ótimo complemento da série central, pois reflete uma história profunda, sentimental e tocante em um período em que a turbulência das guerras civis não permite que duas pessoas de posições diferentes assumam seu amor.
Keiko, você já disse tudo. 🙂
Para quem é fã de Haru, é interessante você seguir a estória Fuyu no semi e o desenrolar do mangá sobre as fimagens com Kato, Iwaki e toda a equipe. E sim, concordo que o final é lindo e poético. 🙂
Parabéns, gostei do post. 🙂
Assisti os ovas. Terminei nesse momento. E definitivamente o final mais triste que já vi em um anime
na minha vida. Tipo, uma lagrima, nó na garganta okay!
Mas esse eu chorei de verdade tive q fechar a porta, meu nariz dando bolha de meleca chorei mermo!
Eu chorei enquanto gritava : " ODEIO A VIDAAAAAAAAA" "AAAA QUE DROGAAA PORQUEEEEEE??"
Conseguiu se rmais triste que Ai no Kusabi…xathydaw# recomendopracarai#