Em abril no Blyme,  Saint Seiya (Cavaleiros do Zodíaco) tera um destaque especial na nossa coluna Fujoshi Eye (que apresenta animes e obras não-yaoi sob a ótica do fã)! A nossa amiga do Astéridas, Isa Cat contou tudo sobre a pré-estreia brasileira.

Dia 30 de março de 2012. Uma sexta-feira qualquer, se não fosse pela pré-estreia de Saint Seiya Ômega, a nova série realizada por Masami Kurumada e a Toei Animation, que será transmitida no Japão pela TV ASAHI. Graças à oportunidade dada a algumas pessoas em São Paulo, e à ajuda da amiga Tanko Chan (que me forneceu as instruções para tentar uma vaga para o evento, visto que o site estava sobrecarregado no momento das inscrições) pude assistir ao primeiro episódio do tão polêmico “Ômega” em uma sala de cinema do UCI no Shopping Jardim Sul.

Apesar do terrível acesso ao local escolhido para a transmissão direto do Japão, eu estava lá antes do meio-dia, horário marcado para chegada dos seletos espectadores. Eu e mais alguns amigos estranhamos a falta de stands ou algo a mais na sala de cinema, e de fato, para uma pré-estreia, pouco alarde e quase nenhum marketing físico foi feito, o que foi até um pouco decepcionante.

O evento em si não foi muito organizado, mas antes das 13 horas estavam quase todos presentes na sala, devidamente acomodados em suas poltronas e com pôsteres em mãos; nesse ponto, a organização me surpreendeu, ao conferir o RG de todos e entregar um pôster de Saint Seiya Ômega a cada um, evitando confusões na entrada.

A atmosfera era de ansiedade, e apesar dos bashings, spoilers e críticas feitas à série antes do dia 30/03, estava claro que todos ali presentes esperavam algo. Com o início da transmissão do evento, percebíamos as pessoas entrando na sala de cinema escolhida no Japão, e os apresentadores agradeceram às cidades de Tokyo, Osaka e Nagoya, além de Taiwan, França e Brasil. Logo após, assistimos Hironobu Kageyama cantando “Soldier Dream” e os dubladores foram apresentados.

Detalhe que toda essa parte foi transmitida sem legendas ou tradução simultânea, mas todos tentavam acompanhar como podiam. Os dubladores de Kouga, Ryuuhou, Yuna e Souma eram os mais empolgados, mas o mais aplaudido foi Toru Furuya, dublador de Seiya. Masami Kurumada não compareceu ao evento, mas enviou uma carta que foi lida com muita emoção por Hikaru Midorikawa, a voz de Kouga de Pégaso.

Na carta, Kurumada agradeceu aos fãs pelo sucesso de Saint Seiya e o carinho dos fãs das antigas e novas gerações, e de todos juntos celebrando “a nova era estelar”, em clara alusão ao Ômega. O restante do cast falou pouco, e após uma contagem regressiva, o episódio começou. Saori está no Santuário observando um Kouga ainda bebê aprendendo a andar, quando eles são atacados por um cosmo vermelho e agressivo; assim surge Seiya, vestido com a armadura de Sagitário, se colocando em frente aos dois e enfrentando Mars.

Programação do evento (clique para ampliar)

Mars é um vilão poderoso e clama que precisa do cosmo de Athena para dominar o mundo; Seiya o enfrenta de forma direta e madura, e é interessante ver essa mudança naquele que foi o cavaleiro de Pégaso por tanto tempo. A abertura retoma os ideais de justiça e amor de Athena, e retrata os cinco antigos cavaleiros de Bronze antes de começar de fato; a regravação de “Pegasus Fantasy” é oficialmente tocada por Make-Up feat. Shoko Nakagawa, a qual também é a voz de Saori Kido/Athena na série.

Eu particularmente adorei a abertura, é dinâmica, colorida e bem estruturada, com os personagens e suas constelações bem desenhados; através dela percebemos que Kouga, Yuna e Souma formarão o trio principal, seguidos dos colegas Ryuuhou, Haruto e Eden. Também temos referência às joias que substituirão as caixas de Pandora, e muitas outras coisas interessantes que deixarei para adiante, pois merecem atenção especial.

Ao retornar, temos Shina e Kouga treinando em uma clareira na floresta, e a Amazona de Ofiúco continua linha dura, provocando e batendo no rapaz sem dó para que ele reaja devidamente; Kouga reclama e ela diz que homens sofrem em silêncio para dar tudo de si, ele retruca dizendo que prefere fazer as coisas do jeito dele. Saori assiste ao treino de longe, e fica clara a preocupação dela pelo rapaz (não sei é porque ela sabe que ele está predestinado a ser o próximo portador da Armadura de Pégaso, ou pelos sentimentos maternais).

Existe certa tensão entre Shina e Kouga, ele a julga uma bruta (como confessa para Saori mais adiante) e não sabe a razão de ser treinado para ser cavaleiro. Para ele, apenas defender Athena não basta como motivo, visto que não a conhece, assim como renega a figura do lendário Seiya; nesse momento Shina ataca o rapaz com vontade, o que nos faz pensar se ela ainda gosta do então Cavaleiro de Sagitário ou se é respeito pelo que ele se tornou, e seu simbolismo na série.

Saori aparece morando em uma enorme casa na praia, e Tatsumi ainda é seu fiel mordomo – usando um farto bigode e uma espada de kendô, ele continua engraçado – brigando com Kouga quando acha que este é mal-educado. A senhorita Kido continua usando um vestido branco, porém com uma malha preta por baixo, e além de um colar ela porta uma bengala cujo cabo é um Pégaso esculpido em motivos rebuscados.

A relação de Shina e Saori é próxima, e aparentemente são confidentes, havendo confiança de Athena pela Amazona de Ofiúco; mais adiante Shina ataca o vilão da série com ferocidade, e quase morre por Saori. Percebi que o instinto de proteção e sacrifício da amazona continua o mesmo, assim como sua tendência a mostrar o rosto, pois durante o combate a Mars, a máscara de Shina se quebra em pedaços.

Kouga considera Saori como mãe, fica óbvio que ele possui um grande afeto e consideração por ela ao lembrar-se de lhe levar flores, mas como adolescente, ele é rebelde e a enfrenta, dizendo que apesar de sonhar com Seiya (sem saber de quem se trata, no entanto), não vê o sentido de ser cavaleiro e que ela não deve escolher seu caminho por ele.

Nesse momento, Saori dá a Kouga o seu colar, e Mars os ataca. Shina e Tatsumi tentam defender Saori, mas ambos são derrotados; cercada por fogo e amparada por Athena, Shina pede que Kouga a defenda, e nesse momento ele parece compreender, pois ataca a barreira de fogo com todas as suas forças. A joia do colar brilha à medida que o cosmo dele aumenta (um detalhe curioso, visto que o cosmo sempre se manifesta em situações difíceis e inesperadas) e de repente, o cosmo de Kouga explode, fazendo com que a Armadura de Pégaso desperte.

A joia serve como um modo de “chamar” a armadura, visto que esta veio do cosmos, das estrelas, cobrir o corpo de seu portador. Kouga fica confuso, mas entende o que é o cosmo, e nesse momento, a imagem de Seiya surge em sua frente, guiando-o; percebi que Seiya, assim como Aiolos foi antigamente, é a lenda entre os cavaleiros da nova série. Nesse ataque à Athena, Mars proclama que não há mais cavaleiros de Ouro para protegê-la, o que faz com que pensemos não somente nos goldies anteriores, mas também nos contemporâneos: se Seiya de Sagitário já virou lenda, o que houve com os outros?

Outra curiosidade é: Mars mesclou seu cosmo ao de Athena, e para matá-la, basta que ative esse cosmo e o exploda. O vilão da história realmente vem do planeta Marte, pelo que parece, mas refere-se ao Deus da guerra? Especulações à parte, eu devo dizer que a priori, os ataques e revides no Ômega são diretos, sem tantos discursos e indagações quanto na série clássica. E os golpes são representados de forma mais “real”, visível aos olhos dos espectadores. O Meteoro de Pégaso surge como uma rajada intensa e enorme de energia, bem diferente do modo que estamos acostumados a vê-lo.

O episódio acaba com Seiya guiando Kouga, e este atacando Mars em um momento de tensão. O gancho ficou incrível, e a curiosidade para saber como a história irá prosseguir é inevitável. Segue um preview do segundo episódio, no qual aparece Souma, e fica bem evidente que Kouga e ele serão muito próximos.

Com isso, tivemos a apresentação da nova versão de “Pegasus Fantasy”, cantada ao vivo por Shoko Nakagawa e Nobuo Yamada. Logo após houve um papo com os dubladores, e eles nos deram algumas impressões sobre seus personagens, que detalharei adiante. Com o fim da transmissão japonesa (encerrada com Toru Furuya e Hikaru Midorikawa puxando um “Pegasus Ryu Sei Ken” coletivo), houve a exibição do episódio 145 da Saga de Hades (Campos Elíseos) e o sorteio de kits de brindes, assim como o arremesso de camisetas para os presentes na sala de cinema ao final do evento.

Impressões tiradas a partir da fala dos dubladores e da abertura de Saint Seiya Ômega:

Kouga é o típico adolescente: é forte, mas precisa crescer. Na realidade, ele precisa se descobrir, e isso fica bem claro ao longo do episódio. Pela abertura, ele, Souma e Yuna serão bem próximos, formando um time.

Souma é brasileiro, e seu dublador é Katsuyuki Konishi, a voz de Ikki na Saga de Hades; pelas brincadeiras dele, percebemos que Souma será um personagem leve e brincalhão. Com o preview, fica óbvia a proximidade com Kouga.

Yuna não apareceu ainda, mas sua dubladora, Satsuki Yukino, já adiantou que ela buscará ser cada fez mais forte, e terá um papel essencial em mostrar a Kouga um novo ponto de vista a respeito de ser um cavaleiro de Athena.

Sobre Ryuuhou, já sabemos que ele é filho de Shiryu e Shunrei, e segundo Tetsuya Kakihara (seu dublador), ele será um gênio, apesar dos problemas de saúde. O desempenho do novo cavaleiro de Dragão irá variar de acordo com seu estado, isso já foi confirmado, e pelo que parece, ele será bem próximo de Haruto de Lobo (os dois aparecem juntos em dois momentos distintos da abertura).

Eden, pela abertura, será o solitário entre os colegas, lembrando um pouco Ikki – mesmo na postura e na voz. Seu dublador é Junichi Suwabe, e sua voz profunda e grave promete fazer jus ao personagem, que segundo ele, será bem misterioso.

Não houve menção à Marin, nem aos antigos cavaleiros de Ouro. Na abertura, percebe-se um momento em que Seiya, portando a Armadura de Sagitário, está cercado de fogo e acompanhado de Hyoga, Shiryu, Shun e Ikki portando suas armaduras de Bronze (nessa ordem), porém à esquerda de Hyoga, há uma sexta silhueta que aparece discretamente, sentada; seria Marin? Não há como afirmar nada, mas uma coisa é certa, esta e muitas outras dúvidas realmente fazem com que desejemos acompanhar os episódios seguintes de Saint Seiya Ômega.