O mangá que eu escolhi para apresentar é “Rikugun Renai Shikan Gakkou” ou em uma tradução livre “Academia imperial das forças do amor”, é um mangá de volume único assinado pela manga-ká Shin Mizukami, pouco conhecida do grande publico, mas com trabalhos carregados em lemons sensuais.
Apenas alguns comentários antes do enredo em si. Me lembro de ter visto a capa há alguns anos e até ter chegado a salvá-la, mas como não tinha o titulo nem o nome da autora, não pude encontrar o arquivo. Foi somente ano passado, 2012, que em uma busca sobre outros mangás, me deparei com o arquivo completo deste daqui, a felicidade foi imensa, pois eu havia achado o traço lindo, mas jamais imaginei que as histórias desta manga-ká podiam ser tão… Carregadas de pimenta (se é que vocês me entendem). Daí foi um passo para buscar todos os trabalhos dela que eu pudesse encontrar.
(AVISO: O TEXTO A SEGUIR CONTÉM SPOILERS)
A história que se passa durante a grande guerra do leste asiático (1941-1945), começa apresentando o personagem principal, o jovem Izuki Yamato, 16 anos, que se alista na academia militar com o intuito de “servir ao país”.
Mas durante os exames físicos, ele se assusta com o famigerado “Exame-M”, o qual parece ser horrível e doloroso. Com isso, ao ser chamado, Yamato foge com as roupas nos braços e busca um lugar para se esconder, terminando no deposito de armas. Ali ele começa a devanear sobre o que o levou a se alistar na academia, o desejo de se tornar tão importante quanto os oficiais a cavalo que via passar perto de sua casa.
É quando o jovem é encontrado por um oficial, que pergunta se ele não desejar fazer parte da companhia. O rapaz diz que sim, mas confessa ter medo do “exame-M”, o que serve como uma desculpa para o oficial se aproveitar da situação e dizer que irá aplicar o exame nele, ali mesmo, se Yamato quiser.
O que se segue é uma seqüência de cenas de submissão e domínio, em que o jovem candidato se deixa ser subjugado pelo oficial, resultando em uma lemon, que por fim se torna totalmente consensual. O oficial diz ao jovem que ele agora faz parte da academia, mas o problema é que, após esse contato mais físico, o soldado passa a implicar com Yamato, fazendo dele seu bode expiatório.
Os capítulos seguintes são regados a cenas de desenvolvimento de Izuki como cadete e o aprofundamento da relação entre ele e o oficial, o qual descobrimos se chamar Hayato Onizuka. O homem é realmente uma encarnação demoníaca, com uma boa inclinação para o sadismo, tendo sempre como vítima, o pobre Izuki Yamato.
O relacionamento dos dois começa a se estreitar a partir do momento em que Izuki recebe as férias de verão, no entanto, ele não quer ir para casa, pelo fato de que seus pais não lhe dão atenção. Ao sair para a vila, encontra uma longa fila de soldados e desavisado, entra nela. Mal imagina que a fila era para um bordel. Onizuka, ao ver o garoto ali, aproxima-se e o pega, colocando-o em seu cavalo. Ele então pergunta onde Izuki mora, o garoto não responde e após uma ameaça infundada de levá-lo “a um lugar desrespeitoso”, acaba levando o cadete para sua casa.
É quando, no dia 15 de agosto de 1945, um programa de rádio anuncia o fim da guerra e consequentemente o fechamento do colégio militar. Izuki, que até aquele momento permanecia na casa de Onizuka, onde passou as férias, corre para o prédio da escola, encontrando-o fechado e vazio. Hayato também desapareceu neste mesmo dia, deixando Izuki sozinho em sua casa.
O rapaz volta a estudar em um colégio normal, se passa um ano. E ao retornar da escola, Yamato vê um grupo de homens conversando, reconhece um deles pelas costas e ao puxar o braço do mesmo, é Onizuka, que diz ter ido até a casa, mas se desencontraram. E indiferentes aos estudantes, professores e outras pessoas que estão nas ruas, Onizuka pega Izuki nos braços e o beija, dando a entender que havia retornado, desta vez, para sempre.
O que eu gosto neste mangá, não é nem exatamente os fatos históricos ( que na verdade servem apenas de pano de fundo, como na maioria dos trabalhos que usam este tipo de tema), não, o que me atrai são os detalhes desenhados por Mizukami-sensei, as vestes, as moradias, os objetos de uso pessoal. Tudo ali, pode-se perceber em uma analise mais atenta, foi feito cuidadosamente para passar a ideia da época em que a história é retratada.
A única coisa que me incomoda nos trabalhos dela, é a aparência extremamente jovem dos ukes, mas, após ler mais de 10 mangás da autora, foi possível notar que ela os desenha desta forma exatamente para criar aquela distinção tão comum nos mangás yaoi, seme mais alto e uke mais baixo, só que de uma forma mais acentuada. Sem no entando, beirar o shota. Afinal, apesar da miudeza do personagem, você vê ali traços de um jovem de 16 ou 18 anos.
Todos os trabalhos dela são carregados de lemons extraordinárias (para os fãs da classificação, claro), as cenas são montadas de forma que nada passe despercebido pelos olhos do leitor, dando aquela sensação completa que poucas manga-kás conseguiram me causar até hoje.
É uma manga-ká cujos trabalhos são muito fortes e com certeza não são recomendados para quem está começando a se aventurar no mundo BL, mas para os mais experimentados e experientes, é uma boa sugestão para se divertir, passar o tempo e ter algumas hemorragias nasais (rsrsrs).
Para finalizar, gostaria de sugerir outros títulos de Shin Mizukami, quase todos (exceto por dois ou três) focam-se no meio militar, o que parece ser uma paixão dela. Espero que tenham gostado desta minha apresentação de um mangá com adereços históricos e apenas peço desculpas por ter “entregado o ouro” de forma tão rápida, mas é impossível fazer mistério com os mangás de Mizukami-san.
Se você se interessou por este titulo, leia também…
(2007) Datenshi ni Sasageru Uta
(2006) Ryoshuu Reijin
(2006) Koutetsu no Daitenshi
(2004) Kinpeibai Kinden Honoo no Kuchizuke
Maravilhosa resenha, e por incrivel que pareca estava pensando em resenhar um manga dela tambem (os maravilhosos classicos da Junet hehehe) chamado Otoko Mekake para o dia de hoje, mas tive menos coragem que voce! Parabens!
Adoro os mangás de Shin Mizukami. Algumas estórias são hilárias. 🙂
Um bom mangá dela é Koutetsu no Daitenshi e suas sequencias e o dj Datenshi – Harem Nights é ótimo e bem sexy. 🙂
http://campuscinema.net/cgi-bin/bbs/yybbs.cgi?list=thread