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Hybrid Child

Hybrid Child

Depois de ler as boas novas sobre a produção de um anime de Hybrid Child, achei que seria válido comentar sobre esse que é um dos meus mangás favoritos.

O mangá de Shungiku Nakamura, nossa estrela do yaoi (xD), é um volume único que conta a história de três casais, em que todos os personagens se relacionam, de alguma forma, uns com os outros – familiar, não? Mas, diferentemente do que acontece em Sekaiichi Hotsukoi ou em Junjou Romantica, a história não é exatamente uma comédia com acontecimentos muito corriqueiros. O enredo gira em torno das chamadas “Hybrid Child”, bonecos que se tornam cada vez mais “humanos” ao receber “amor” de seus donos – o tal amor em  questão tem mais a ver com carinho, confiança e compreensão. Confesso que acho essa parte muito mal construída, pra não falar nonsense… Acho a ideia de um homem, num mangá de época, criar um boneco que cresce e se desenvolve como ser humano assim, sem qualquer mecanismo extraordinário ou, sei lá, uso de magia, algo muito pouco convincente. Mas prefiro ignorar os buracos dessa parte da história pra tentar aproveitar as emoções dos personagens expressas ao longo das páginas, o que, na minha humilde opinião, a Shungiku faz muito bem.

Na primeira parte do mangá, conhecemos a história de um rapaz, filho de uma família nobre, Kotaro, que é um verdadeiro procrastinador quando o assunto é seus estudos, e, por isso, ele acaba levando broncas diárias de seu Hybrid Child, Hazuki. O boneco tenta ser o mais rígido possível pra ver se consegue pôr alguma consciência na cabeça de seu dono, mas a verdade é que Hazuki é muito grato ao jovem pois, quando mais novo, o boneco, por ser um dos primeiros a ser construídos, não tinha muitas funções, o que fez com que a família o jogasse fora. Mas, em todas as vezes em que foi jogado fora, Kotaro, na época apenas um menino, o trouxe de volta e enfrentou a família dizendo que não queria outro boneco. Com o tempo, Hazuki se desenvolveu muito bem – até melhor do que o próprio Kotaro –, e eles passaram a ter essa rotina de discussões diárias até que Hazuki “passa mal”, aparentando algum defeito. Desesperado, Kotaro o leva para o criador das Hybrid Child e algumas coisas são explicadas na visita.

A segunda história apresenta Seya, um gentil mestre, e seu pequeno Yuzu, uma Hybrid Child que, apesar de existir há um bom tempo, não consegue se desenvolver. Yuzu é muito ativo, muito dedicado a seu mestre, e um pouquinho mais desesperado que o comum, especialmente porque, apesar de todo o carinho que recebe de Seya, Yuzu continua sem crescer. O pequeno começa então a se perguntar se seu mestre na verdade o odeia secretamente, e suas paranoias só aumentam, já que Seya se isola diariamente por alguns minutos e não compartilha suas angústias com seu boneco.

A terceira parte, maior e menos focada na relação mestre-boneco, é basicamente sobre o passado de um trio de amigos: Kuroda – o criador das Hybrid Child –, Seya – o gentil mestre da segunda história – e Tsukishima, um amigo em comum. Os três eram inseparáveis apesar de suas personalidades distintas. Kuroda é extremamente áspero – um pouquinho grosseiro, na verdade – com seus amigos, enquanto Seya é pura doçura e Tsukishima é relativamente mais frágil, sempre cheio de emoções. A história dos três acontece num contexto de guerra, e não é tão feliz como os capítulos anteriores. Pessoalmente, essa é minha parte favorita – Aline aqui chorou feito criança na primeira vez que leu, mas vamos ignorar este detalhe. xD

O traço de Shungiku não é e nunca foi um dos meus favoritos, mas isso não me impede de ler seus mangás. Acho que a história é sempre algo mais importante que o traço, apesar de reparar tanto na arte, e a Nakamura é, em minha opinião, uma ótima contadora de histórias. Também é legal poder ler algo mais reduzido da parte dela, e achar tão interessante quanto seus mangás de muitos volumes. Estou extremamente ansiosa, animada e curiosa pra ver como o anime vai ficar, e espero que isso faça com que muitas outras pessoas conheçam essa história – e que, quem sabe, o mangá possa ser publicado no Brasil.


Sobre Aline

Aline mora em Salvador e tem 21 anos. É uma estudante de Letras, Shawol (com uma inofensiva obsessão pelo Key), fã de David Bowie e Depeche Mode, movida a música e a yaoi. Follow me: @kurai_sama Ver todos os tópicos de Aline

8 Comentários a Hybrid Child

  1. Até que parece interessante. Até mais do que eu espero de um mangá da Shungiku Nakamura. Espero que não seja só impressão por causa dessa resenha super bem escrita :p.

  2. J_chan

    Gostei muito quando li pela primeira vez!
    Depois dessa noticia maravilhosa sobre o anime e essa sinopse vou ler de novo!
    Minha história favorita é a segunda, tão bonitinho o desespero do HC pra crescer
    *——*

  3. Meu manga preferido da Nakamura, tanto que eu tive que comprar a vs impressa americana.
    Eu chorei muito neste manga uhauahua por conta da ultima parte XD se for tao linda como foi no manga, o anime sera otimo.

    :*

  4. tanko

    Gosto bastante de Hybrid Child e concordo com boa parte da ótima resenha da Aline. Embora faça parte de qualquer leitura do tipo alguma suspensão de crenças, faltou a explicação, mesmo que superficial, de como uma boneca como essas poderia existir. Mesmo os amigos do Kuroda diziam que era impossível. De qualquer forma, é um mangá muito tocante.

    Acho que daria um anime bem redondinho.

  5. Com essa resenha pude desconfundir os personagens. Pensava que o hybrid child era um só, Hazuki

  6. Onde posso encontrar esse mangá traduzido em português na internet TT^TT quero muito ler !

  7. Onde posso encontrar esse mangá traduzido em português na internet TT^TT quero muito ler !
    My recent post Hybrid Child

  8. Ai que post foda <33
    Concordo em boa parte da resenha&sup2;; mas eu acho que como um volume único e o foco era a história (romance?) e os sentimentos de cada um, creio que não fez muita diferença saber ou não como os bonecos eram feitos. Aliás, creio que até mesmo os amigos do criador não saberiam dizer exatamente como eles são feitos, deixando apenas que a maré levasse e consequentemente apenas os que foram aperfeiçoando eles saberiam como fazê-lo. Eu chorei horrores quando li pela primeira vez, pela segunda e pela terceira e pela quarta e assim vai. É um mangá que não cansa não importa quantas vezes lessem, e mesmo com a má fama da arte da Shngiku, esse mangá ainda é encantador.
    Esperando ansiosamente assim como muitos o animê; porque nossa <3

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