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Faroeste queer: "Goodbye Chains"

Faroeste queer: "Goodbye Chains"

Goodbye Chains, Banquo e Colin

Para quem adora webcomics como eu e fica deprimido esperando uma nova página de Starfighter chegar, e para quem ficou querendo mais do climão Steampunk depois de ver Sherlock Holmes,  eu queria recomendar um título maravilhoso, também em inglês, chamado “Goodbye Chains“.

Mesmo que não seja exatamente um mangá e não exatamente BL, acho que este webcomic merece atenção fujoshi: não apenas tem um protagonista gay, como um bocado de fanservice. E como isto não bastasse para atrair a minha atenção, é um quadrinho original, bem escrito, bem desenhado e cheio de carisma.

Confesso que hesitei um pouco para começar a ler e apesar da cativante introdução, tive dificuldades em continuar devido à arte esmaecida, o tamanho da letra e a quantidade de páginas. Até que descobri que o primeiro ato podia ser baixado, o que adiantou a minha vida e eu finalmente dei uma chance ao material (ajustando o monitor para 1024 x 768). Não me arrependi de ter feito, já que este tornou-se um dos meus quadrinhos favoritos.

Ambientado no Velho Oeste, mais precisamente nas planícies do Colorado, mostra as aventuras e o relacionamento de dois foras-da-lei muito diferentes: Colin Lord, o alegre  Comunista de Boston e Banquo White, o hedonista meio-mexicano que adora um rabo-de-saia.

Duas figuras tão díspares acabam se unindo quase que por acidente, tornando-se parceiros no crime. Aos poucos vemos o relacionamento se desenvolver para uma espécie de companheirismo. Ou algo bem próximo disso a julgar as personalidades difíceis envolvidas na mistura. Mesmo assim, Colin e Banquo têm uma química muito excitante e divertida.

Apesar da  Tensão Sexual Mal Resolvida e o romantismo tocante de algumas cenas, as intenções da autora ainda não são exatamente claras, ao menos para mim. Como a maioria das fãs, torço para um “Brokeback Mountain” entre os protagonistas, mas às vezes penso que este tipo de situação só será possível dentro de mentes fujoshi.

O que não significa que não haja sexo homossexual na trama. Apesar de não ter nada explícito, este é um quadrinho pontuado de momentos homoeróticos. Entre homens bem másculos, é claro, com pernas cabeludas, em situações meio satíricas. Mas que eu não consigo deixar de achar adoráveis e divertidas.

De qualquer forma,  os personagens são tão apaixonantes, os diálogos e trama tão bons, que é difícil não se importar com o destino de Colin e Banquo, seja ele “yaoi” ou não. Até lá elas podem me torturar com o suspense e mais fanservice.

O quadrinho, criado e roteirizado por Alice Hunt, tem updates frequentes, em média 3 por semana, e já possui mais de 300 páginas. Adoraria que “Goodbye Chains” fosse compilado e impresso, mas acho que para isso precisariam homogenizar a arte. (edit: o que acabo de ver que está sendo feito! Yay!)

Aisha Nasir desenhou as primeiras 70 páginas, em um estilo mais próximo do mangá. Embora seja uma boa artista, deixou a maior parte do desenho inacabado, com aspecto de rascunho, o que torna a leitura um pouco desconfortável.

Quando  Tracy Williams assume as páginas, temos uma mudança radical de estilo, que gera discrepâncias tanto na arte em geral quanto no character design. Levei algum tempo para acostumar com a nova aparência dos personagens, mas gostei da qualidade do desenho e a acho muito adequada para o trabalho. Sem mencionar o fato de que Tracy e Alice parecem uma dupla bem afinada.

Tracy tem uma arte final incrível, que está em constante experimentação e evolução. É ótimo acompanhar o seu trabalho. As experiências de estilo e quadrinização da dupla também surpreendem e tornam a leitura saborosa. Dá para ver que elas estão brincando com uma gama de possibilidades narrativas  e se divertindo muito. Tem algo melhor do que artistas se divertindo?

Enfim, recomendo “Goodbye Chains” não só para os amantes de histórias de época ou faroeste, mas para qualquer apreciador de bons quadrinhos sem preconceitos ou amarras.

 




Sobre Tanko

Tanko é ilustradora e arte-finalista, viciada em podcast e café. Fujoshi, otaku, nerd e esquisitona. Vive nas montanhas chuvosas imperiais. Ver todos os tópicos de Tanko

4 Comentários a Faroeste queer: "Goodbye Chains"

  1. Xeretinha

    Ah, eu estou acompanhando também, depois de sua dica, claro 🙂 Tem uma cena em que Colin tem um sonho erótico com Banquo, é hilário. Sou suspeita por falar porque adoro faroeste.
    Existe muitas webcomics disponíveis na web, em torno de 15 mil ou mais, algumas com desenhos super elaborados e muito bem feitos e as estórias idem, mas creio que yaoi até agora só Starfighter.

    • Tanko

      Que bom que está acompanhando, eu adoro aquela cena do sonho, é tão zoada e ao mesmo tempo… fofinha. *o* Eu catei muitos webcomics yaoi por aí, mas de boa qualidade até agora só o Starfighter e o Goodbye Chains que nem pode ser chamado de yaoi…

      Se bem que a Vampaya deu uma dica muito boa de webcomics brasileiras do Futago Studio, que parecem ser BL bem levinhas. Vou resenhar assim que tiver como ler tudo, mas já fica a dica.

  2. Aline Klaki

    Ah, eu vi uma dica dessa webcomic no twitter, se não me engano, pelo theyaoireview… Comecei a ler, mas acabei deixando de lado… Eu achei bem interessante, o jeito que as coisas começam, e o desenho era bonito, mas era bem como vc disse no post: parecia um rascunho… o.õ Eu ficava meio sem vontade de continuar por causa disso… Mas pelo visto, as coisas melhoraram no decorrer da coisa… xD

    Eu vou aproveitar que eles postaram a primeira parte pra download e baixar. Dessa vez, vou ler direito.

    • Tanko

      Ah, esse quadrinho merece uma chance! ^.^

      Também conheci por meio do The Yaoi Review. A Asamigirl é muito gente boa e volta e meia me ajuda com dicas para o Blyme. =D

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