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Soshokukei (Herbivore)

Soshokukei (Herbivore)

Asuka, personagem principal de Otomen. A palavra otomen vem de uma contração de "otome" (moça em japonês) e man (homem em inglês).

Aproveitando que voltei a ler Otomen, uma palavra que anda bastante em voga no Japão, Soshokukei ou Herbívoro. Herbívoro não é um vegetariano radical e sim o nome de um fenômeno que vem acontecendo no Japão. Trata-se de uma geração de homens que  têm perdido o interesse por mulheres, dinheiro ou competitividade tão característicos do sexo masculino.

Não é uma palavra BL, mais uma vez, mas tem seu interesse por cuidar da delicada questão da identidade de gênero. Traduzi o artigo meio por alto, mais uma vez do Japan Times.  São 3 da manhã, perdoem qualquer deslize.

“O termo soshokukei, cunhado por uma escritora chamada Maki Fukasawa em 2007, tem sido vastamente usado na mídia nos últimos meses. O crédito em parte também é de  Megumi Ushikubo, presidente da firma de pesquisa de mercado da Infinity de  Tokyo e autora de “Soshokukei Danshi Ojo-man Ga Nippon wo Kaeru ( Os rapazes herbívoros e afeminados estão mudando o Japão),” que foi publicado em novembro de 2008. Através de entrevistas com um grupo de 100 homens em idades entre 20 e 30 anos de Tokyo e outras cidades importantes, Ushikubo concluiu que  os soshokukei têm as seguintes características:

• Não têm uma postura tão competitiva em relação ao trabalho como os homens de gerações anteriores.

• Têm consciência de moda e comem de modo balanceado para ficar magros e caber em roupas mais apertadas.

• São ligados às mães e vão às compras junto com elas

• Não se interessam em namoros, garotas ou mesmo fazer sexo (optando por um prazer solitário com brinquedos eróticos)

• São muito econômicos e adoram cupons de promoção, declarando que os que não poupam os centavos são estúpidos.

Ushikubo foi até mais longe e deu a estes tipos um novo rótulo : ojo-man (homens afeminados).

“Muitos destes rapazes me disseram que não saiam de casa se não tivessem um cabelo perfeito” diz ela. “Eles também me disseram que sua auto-estima aumenta quando suas unhas estão bonitas.”

Ushikubo estima que 60% dos homens de hoje entre 20 e 34 anos caem de certa forma na categoria dos herbívoros. Soa exagerado? Dos 500 homens entrevistados pela Lifenet Seimei Life Insurance Co., 378  ou  75.6%— responderam que consideram-se mais herbívoros do que nikushokukei (carnívoros).

Ushikubo aponta várias razões para o fenômeno, como o fato de que esta geração não viveu tempos tão bons em termos econômicos como a geração anterior, que pegou a época da bolha dos anos 80 e sustentava uma postura mais competitiva e otimista.

Ushikubo sugere que a preocupação com a aparência dos herbívoros proporciona uma massagem no ego destes homens que têm uma postura tão resignada em relação ao trabalho.

 

Mas o que tem preocupad0 uma crescente legião de jovens mulheres é que homens soshokukei não se empenham em relacionar-se com o sexo oposto. Muitos não se interessam pelo ato de koku-ru (fazer uma confissão de amor), por medo de serem rejeitados. Além disso, eles são cínicos em relação à geração anterior, onde quase a metade dos casamentos era realizado por causa de uma gravidez indesejada, homens jovens temem fazer compromissos “por acidente”, de acordo com Ushikubo.

Além disso, eles tendem a ter pouco interesse em se reproduzir, muitas vezes cansados demais para ter sexo, muito menos começar uma família. A tendência dos rapazes de não ter sexo real – aparentemente contrabalanceada por sua crescente dependência de sites pornô e  brinquedos “faça-você-mesmo” – tem sido uma grande dor de cabeça para os fabricantes de preservativos, cujos carregamentos têm caído desde 99, coincidindo com o começo da  revolução da internet.

Sutiã masculino, o que mais falta inventar?

 

Enquanto isso, outros fenômenos estão apoiando a tendência dos homens de desafiar os estereótipos sexuais. Uma pesquisa em 2007 feita por uma grande companhia de assentos sanitários descobriu que metade dos homens japoneses sentam na privada para urinar, enquanto sutiãs desenhados para homens têm vendido bem desde que chegaram ao mercado Novembro passado.

Na raíz destas mudanças no sexo masculino é o fato de que os japoneses estão livres da pressão de ser “machos”, argumenta Masahiro Morioka, professor de filosofia na  Osaka Prefecture University e autor de “Soshokukei Danshi no Ren-ai Gaku (O guia de como se relacionar com rapazes Soshokukei),” publicado em julho de 2008.

Ele atribui o fenômeno soshokukei à paz pós guerra que o Japão tem gozado nas últimas seis décadas.

“A maioria dos homens ‘macho’ são soldados nos campos de batalha, acho” – diz Morioka. “Mas gradualmente a pressão de agir desta forma tem diminuido. Como resultado, a quantidade de assassinatos (per capita) cometida por homens na casa dos 20 anos no Japão é a mais baixa do mundo.”

“Além disso, os valores da sociedade que fazia homens cometerem atos violentos estão desaparecendo. Os homens não precisam mais ser violentos, é por isso que podem ser herbívoros.”

Morioka, de qualquer forma, nega uma ligação entre herbívoros e gays, dizendo que a maioria dos homens japoneses procura “amor hetero enquanto tornam-se unisex.”

A erosão das amarras sexuais em fato, não é um fenômeno novo, Morioka aprofundou-se em seu argumento, dizendo que o Japão teve um grupo de homens Herbívoros no Período (1603-1867), quando  a paz do Shogunato Tokugawa durou 260 anos.

” O Japão tem uma longa tradição de homens agindo como mulheres em lugares públicos, como Kabuki,” ele diz “E durante o Período Edo, alguns meninos eram sabidamente criados como garotas, vestindo-se em kimonos femininos (aparentemente por uma crença bastante difundidade de que a prática trazia um desenvolvimento saudável). E em  shunga (gravuras pornográficas do período Edo), homens eram muito retratados como mulheres, vestindo lindos kimonos, com os cabelos presos como mulheres. Eram indistintos de mulheres – com exceção dos genitais.”

Apesar de tudo, Morioka vê o fenômeno soshokukei pelo lado positivo, dizendo que é sinal de que a sociedade está mais tolerante às diferenças individuais entre os homens.”

(Eu não sei não, urinar sentado até vai, deve poupar muitas mulheres dos respingos  nas privadas. Fazer as unhas é justo, assim como a depilação, que já é um hábito dos japoneses. Agora sutiã? Sutiã não, né? )




Sobre Tanko

Tanko é ilustradora e arte-finalista, viciada em podcast e café. Fujoshi, otaku, nerd e esquisitona. Vive nas montanhas chuvosas imperiais. Ver todos os tópicos de Tanko

5 Comentários a Soshokukei (Herbivore)

  1. Cara, sutiã masculino… O,O
    Isso, é pq eles nao tem esse calor dos diabos como o que faz aqui no Rio de Janeiro… hahaha… ninguem merece!

    Adorei o artigo!

    • Tanko

      Ahahahaha, deve ser para esquentar os mamilos né? XD Tem dias que eu mesma gostaria de poder sair sem blusa.

      De qualquer forma, os crossdressers e drag queens estão bem servidos por lá.

  2. Como sempre, post mto interessante.

    Nossa… Realmente, não falta inventar mais nada nesse mundo… xD
    Eu já acho algumas coisas ditas “comuns” exageradas… O sutiã é o pior pra mim… xD

    Mazenfim…

    • Tanko

      Sutiã para mim é coisa de crossdresser ou drag queen, acho que nem no visual kei isso teria utilidade. =p

      Já de homem depilado eu gosto, fazer o quê? XD

      Só que não sei se poderia sair com um homem mais bem cuidado do que eu, por isso dispenso as unhas manicuradas.

  3. Drika

    Mds Otomen <3 eu tenho o primeiro exemplar aqui em casa <3 é muito amor

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